sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Boca do Ceu 25








Ano VI - Out/Nov/Dez/2007

DEFENDENDO O VOTO II

Nas últimas eleições Municipais de Uibaí, tivemos 68 votos em brancos e 408 votos nulos. Esse percentual de votos brancos e nulos chega a aproximadamente 6% do eleitorado do município. Com certeza esses eleitores hoje estão tão ou mais indignados quanto estavam no dia em que optaram por esse comportamento diante da urna. Nesse mesmo dia estava como esses eleitores, votando....... não em branco nem nulo, mas sim para prefeito e vereador. Após esses quase três anos de “trabalho” de nossos representantes, no município, no estado e no âmbito federal, estou certo que o voto nulo ou branco é uma primeira resposta que, no momento, podemos dar. Uma resposta a esses nossos “representantes”. Começar a mostrar aos mesmos que não se pode subestimar o povo, que o povo, de tanto apanhar chega ao limite. O Governo Federal, na pessoa do Presidente da República, tem a simpatia da maioria do nosso povo, principalmente da classe mais necessitada, devido aos programas sociais em curso, programas esses de caráter assistencialistas, que não estão obrigados a continuar, com o fim desse mandato. A nível municipal, as eleições estão colocadas. Próximo ano. E é nesse momento, tendo em vista o trabalho desenvolvido pelos nossos “representantes” na Prefeitura e na Câmara Municipal, que estamos propondo O VOTO NULO ou EM BRANCO como forma de protesto, acreditando que a indignação dos eleitores tenha aumentado. O objetivo é aumentar o número de votos nulos, ao ponto desse percentual ser maior que os de votos válidos. (Tarefa difícil e polemica, ou seja, usar de uma arma que sempre condenamos (VOTO NULO), para construir novos caminhos), isso, por falta de cidadãos sérios que queiram assumir um mandato eletivo. Assim, vai uma indagação para todos os eleitores do Município de Uibaí, para refletir e ajudar na definição de seu voto até as eleições: Pelo que fizeram e estão fazendo em prol do Povo e do Município de Uibaí, você repetiria seu voto no PREFEITO ou nos VEREADORES DE NOSSO MUNICÍPIO, sabendo que a maioria dos Vereadores, aí colocados, já está com mais de um mandato eletivo?
Gostaria de lembrar, também, que atualmente o salário de um Vereador de Uibaí é de aproximadamente R$ 2.000,00 multiplicados por quatro anos de mandato, incluindo aí o décimo terceiro salário, teremos 52 meses o que equivale a R$ 104.000,00 (Cento e quatro mil Reais), para desenvolver todo esse trabalho que vocês estão presenciando.
Se a resposta for sim, tudo bem. Mas se a resposta for não, vista essa camisa e defenda o VOTO NULO OU EM BRANCO, tanto faz. A proposta e abrir uma discussão em relação ao modelo de representação política e de representantes que queremos.
Rui Oiveira Machado


A DISILUSÃO COM A POLÍTICA

O déficit de quadros éticos, competentes, com visão republicana e experientes dispostos a ingressar na vida pública no Brasil, seja para ocupar cargos relevantes de livre provimento no Executivo, seja para disputar mandatos no legislativo ou no executivo, é preocupante. Se considerarmos que os problemas da pobreza e da desigualdade não têm solução fora da política, a situação se agrava ainda mais.
Quatro razões dificultam o recrutamento de quadros qualificados para a política. O primeiro e principal é o custo de imagem. O segundo é a desconfiança e o risco de futuros processos. O terceiro é o fato inconteste de que o governo paga mal. O quarto é que a imprensa só destaca os aspectos negativos.
Os custos de imagem e o medo de traumas por acusações infundadas afastam dos partidos e, principalmente, da administração pública quadros da academia, executivos do setor privado, empresários e sindicalistas, enfim, gente preparada e bem-intencionada que poderia contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas.
O rigor de controle interno, que assusta os ordenadores de despesas, combinado com a desconfiança generalizada em relação aos agentes públicos, que leva à invasão da vida privada, inclusive com a quebra de sigilos, é outro fator de desestímulo às pessoas que estão confortáveis em seus empregos ou empresas a deixá-los para ingressar na vida pública.
A remuneração no serviço público, especialmente para os cargos de alto escalão, é muito baixa comparativamente com os salários pagos no setor privado. A diária de um alto funcionário do governo não permite que ele se hospede e se alimente decentemente. Em tais condições, o exercício da função pública é um convite à corrupção.
A imprensa, que faz um trabalho fundamental para a democracia ao denunciar desvio de conduta e corrupção, não resiste à tentação sensacionalista e, em diversas situações, no afã de dar furos, tem execrado a reputação de pessoas decentes que se colocaram a serviço da administração pública. Ninguém recebe elogios

pelos acertos, mais invariavelmente ganha manchetes quando desconfiam que errou. É preciso distinguir entre os desonestos e as pessoas decentes, sob pena de criar um sentimento generalizado de que todos que vão ocupar cargos no serviço público são corruptos e desonestos.
Quando se analisam os nomes dos que se apresentaram para concorrer aos 1627 cargos em disputa em 2006 (1 de presidente, 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1059 deputados estaduais) fica evidente que a esmagadora maioria é de gente que já estava na vida pública, resultando numa mera circulação no poder, sem renovação real. O próximo presidente, assim como os governadores neste pleito, muito provavelmente terão enorme dificuldade em atrair bons quadros, salvo se houver mudança dessa cultura de que tudo que é público/estatal e ruim.

Antônio Augusto Queiros, diretor de Documentação do DIAP*
*Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

Que Fazer?

Ferreira Gullar

Você que mora no alheio,
que anda de lotação, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão
-que ainda espera desse mundo de injustiça e exploração?
Você que paga aluguel,
que pagará toda a vida a casa que não é sua,
que pode a qualquer momento ser posto no olho da rua
-que pode esperar da vida que deveria ser sua?

Que pode esperar da vida quem a compra à prestação?
Quem não tem outra saída:
-ser escravo ou ser ladrão?
Que pode esperar da vida que a recebe vendida por seu pai ao seu patrão?
Pro patrão você trabalha dia e noite sem parar.
Você queima a sua vida pra ele a vida gozar.
Você gasta a sua vida pra dele se prolongar.
Você dá duro, padece, você se esgota, adoece,
e quando, enfim, envelheceo que é ruim vai piorar.

Só então você percebe que tempo você perdeu.
Você vê que sua vida foi dura mas não valeu.
Você passou a seu filho o mundo que recebeu:
O mundo injusto e sem brilho que, de fato, nem foi seu,
que não será do seu filho se nele não se acendeu
o sentimento profundo que traz o homem pra luta
-luta que fará o mundo ser dele, ser meu, ser teu.

Por isso meu companheiro, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão,
Te aponto um novo caminho para tua salvação,
a salvação de teu filho e o filho do teu irmão:
Te aponto o caminho novo da nossa revolução.
Então verás que tua vida ganha nova dimensão,
que em vez de triste e perdida terá força e direção.
E cada homem da ruaVerás como teu irmão que,
sabendo ou não sabendo, procura a libertação.

Sentirás que o mar que bate na praia não bate em vão;
Que a flor que cresce no Meyer
não cresce no Meyer em vão;
Que o passarinho que canta não canta pra teu patrão;
Que a grama verde que cresce empurra a revolução.
O mundo ganhou sentido,
teu braço ganhou função.
A revolução floresce na minha, na tua mão,
que nada há mais que a detenha
-nem polícia nem bloqueio nem bomba nem"Lacerdão"
-que ela assobia no vento e marcha na multidão,
ilumina o firmamento,
gira na constelação porque já foi deflagrada no meu, no teu coração..

Eleiões em Uibaí

ELEIÇÕES EM UIBAÍ.

O processo eleitoral na cidade de Uibaí segue seu curso normal como a maioria das cidades do interior desse grande Brasil. Não vejo porque alguns estão preocupados com os rumos políticos do município. Vejamos: quem vota por dinheiro, continua votando. Em momento algum pensou em mudar. O grupo que apóia e apoiou o atual prefeito continua apoiando, não houve nenhum racha, por sinal ocorreu adesão (PC do B). Do lado opositor, ou seja, vereadores eleitos pela FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE UIBAÍ, votam cada um, como lhe é conveniente. Na verdade essa Frente só se manteve até o resultado das últimas eleições. O eleitor, em sua grande maioria, isso dos dois lados, tende a repetir o voto do pleito passado (Rato X Pato), infelizmente na hora do vamos ver existe essa divisão que por sinal não ajuda em nada, muito pelo contrário. Quanto às futuras arrumações que envolvem os “representantes” da base de sustentação do Governo, retratada na atual administração e os Vereadores da Frente (PT, PDT), merecem atenção por parte dos eleitores: os pré-candidatos são os mesmos, Pedro Rocha, Tarcísio, Wilmar, Pepê, a única exceção é Délio, hoje cotado também como pré-candidato. Do outro lado, temos: o atual prefeito Raul, e os dois últimos ex-prefeitos, Birinha e Hamilton. Essa briga em torno do candidato que terá o apoio federal e estadual, foi pedra cantada no informativo Boca do Céu de nº 20, logo que o Presidente Lula foi eleito. Hoje a maioria dos municípios Baianos são da base de sustentação do governo, e querem apoio. Como os grandes caciques políticos estão na base do governo, a exemplo do Ministro Geddel Vieira Lima, do Sr. Reinaldo Braga, do Sr. Jonival Lucas, sendo que os dois últimos tem ligações estreitas com representantes do nosso município, acredito que, os governos federal e estadual farão vista grossa, e aí quem tiver mais poder financeiro para investir na campanha, leia-se (compra de votos), será o futuro prefeito, e fará a maior bancada na Câmara. Acredito que não devemos mais nos preocupar com essas brigas por poder em nossa cidade, pois o Brasil e seus milhares de municípios, só vão mudar quando o nosso povo exercer o papel de cidadão. E ser cidadão, dentre outras coisas, é: fiscalizar o dinheiro público, cobrar responsabilidade de seus representantes, não vender o voto, organizar-se em sindicatos, associações, conselhos, zelar pela coisa pública, denunciar qualquer tipo de corrupção que envolva o que é público, cobrar seus direitos e cumprir com seus deveres. Quando isso acontecer, e tenho certeza que um dia acontecerá, podemos sentar para discutir nomes para cuidar da administração de nosso município, e também do Brasil. Enquanto isso, nós que estamos preocupados com uma sociedade mais justa e igualitária, temos que urgentemente mobilizar com um único fim: formar cidadãos. Em Uibaí, já existem projetos exemplares de formação de cidadãos que estão abertos à participação de quem se interessar.

PS. Não se preocupe com os próximos vereadores nem com o futuro prefeito.
VOTE NULO, eles são os mesmos.

Rui Oliveira Machado. 14/12/2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

BOCA CO CEU 24

Ano VI-Jul/Ag/Set/2007


DEFENDENDO O VOTO

Sempre acreditei que o direito ao voto é uma das mais importantes e democráticas armas que temos para iniciar uma mudança. Ainda continuo acreditando, por isso venho nesse texto defender o voto: o voto nulo. Vejamos: Nunca votei nulo, desde quando comecei a votar no início da década de 80. Sempre defendi o voto e a filiação partidária, independente da legenda, pois acreditava que a militância partidária faz a pessoa crescer. Continuo acreditando, mas, no entanto, penso que nesse momento faz-se necessário uma discussão sobre a representação política que queremos. Acredito que não é esta que aí está. Dentro dessa discussão está a questão do Voto. O voto nulo seria uma das armas utilizadas para abrir esse debate.

Não vejo no cenário político novas perspectivas. Os partidos são legendas de aluguel. Não temos novas lideranças. O sistema político brasileiro está viciado. Elegem-se os mesmos. Não há uma renovação nas lideranças dos movimentos sociais, implicando, assim na continuidade dos grupos hegemônicos que estão ditando as regras. A “oposição”, em sua grande maioria faz parte desses grupos, e estão simplesmente encenando. Se conseguirmos um percentual de votos nulos considerável, nas próximas eleições municipais para Prefeito e Vereadores, e ampliarmos esse percentual na próxima para Presidente, governadores, Senadores e Deputados o cenário poderá mudar.

O Parlamento Brasileiro, nos três níveis: Federal, Estadual e Municipal, está corrompido em toda sua estrutura.

Os nossos “representantes" sem exceção, se não são literalmente corruptos, são coniventes e se beneficiam com o que está ai. Exemplo: porque os

parlamentares eleitos pelo Partido dos Trabalhadores, em sua esmagadora maioria, não saíram do partido quando veio a público as denuncias de corrupção? Simplesmente por medo de não se reelegerem indo para um partido menor ou um novo partido! Porque não saíram do PT, quando o Partido abandonou suas principais bandeiras de luta, pensando exclusivamente na chegada ao poder a qualquer custo? Pelo mesmo motivo acima citado.

A maioria dos parlamentares oriundos de partidos outrora progressistas estão em seu segundo ou terceiro mandato, esqueceram seus referenciais políticos, só voltam aos seus colégios eleitorais no momento de uma nova eleição, o prejuízo com isso é revertido novamente para o cidadão, que em muitos casos perdem excelentes educadores, administradores, funcionários públicos, médicos, engenheiros, etc., que se tornaram políticos de carreira, pois mandato político em nosso país é profissão. Profissão que dá poder. “E o poder tem seus encantos”. O bom profissional foi corrompido pelo poder, pelas mordomias, mesmo não se envolvendo diretamente em falcatruas faz vista grossa e vota com a maioria para não se queimar em uma futura convenção do Partido. Afinal “é dando que se recebe”.

A discussão sobre representação política no Parlamento, faz-se necessário, e você, caro eleitor, pode contribuir defendendo essa bandeira. VOTE NULO.

Rui Oliveira Machado.

ESQUERDA, (EN)VOLVER!

O conceito/categoria de ESQUERDA nasce identificando a luta por justiça e emancipação; homens e mulheres de todos os tempos levantaram-se contra as opressões e sonharam os sonhos mais lindos.

Os caminhos da ESQUERDA merecem alguma atenção. Aí se encontram desde os socialistas até os espartaquistas que lutaram contra o poder de Roma, não esquecendo os anarquistas e mesmo os revoltosos de Canudos. Todos no campo da ESQUERDA, da ESQUERDA revolucionária.

A ESQUERDA se forma enquanto esquerda na medida em que luta (e luta sempre) para a revolução dos iguais e justos. A ESQUERDA só se justifica na medida em que é sempre combatente e libertadora, e luta e luta sempre, sem fazer conchavos e concessões aos poderosos.

Quem faz acordos e brada ser de esquerda, na realidade, mia. O miado é o sintoma da negociata, como aconteceu com o Partido Social Democrata Alemão que ao defender posições cada vez mais reformistas em seu interior, deixava de bradar e miava. Este é o momento decisivo em que o grito de rebelião é vendido e que não estamos mais diante de uma esquerda revolucionária. Este é o momento da iniciação e podemos falar de uma DIREITA iniciada; iniciada nos ritos da opressão e de toda uma sorte de safadezas.

Sintam-se advertidos: é só o momento da iniciação, pois há ainda uma íngreme descida até o sétimo círculo do inferno. Também foi assim com o PSDA que, primeiro, transformou-se em DIREITA iniciada, mas ainda restavam algumas descidas até chegar ao sétimo círculo em que definitivamente estaria convertida ao credo da DIREITA, já aí uma DIREITA despudorada. Ao defender a entrada da Alemanha na primeira guerra mundial em troca de alguns marcos e de alguns cargos no parlamento, abraçava o inferno como um cristão abraça Maria e renegava os milhões de homens e mulheres que seriam mortos na carnificina da guerra como se faz a um Judas; já absolutamente absorta e convertida, já uma DIREITA despudorada.

Trabalhadores e trabalhadoras, esta DIREITA iniciada tanto quanto a DIREITA despudorada não merece piedade. E não a subestime, pois, a aparente

ausência de capacidade de análise pode indicar precisamente a capacidade de bem analisar – repare que os horizontes são distintos e que no mundo do capital o calvário de “quase-todos” traz o paraíso dos que se comprazem na imundice.

Combatê-la agora e combatê-la sempre - eis a tarefa da ESQUERDA rebelde e revolucionária. Em palavras gritadas por aí, Gramsci apontava que a realidade é por demais criativa, então, valorizemos o quotidiano e não nos prendamos à hora marcada da revolução. Não temos nada a perder, pois, nos dizeres de Marx, o capitalismo só pode nos deixar de herança “o dilúvio”.

Por fim, duas perguntas intempestivas que assim se caracterizam por exigir que seja considerada a existência ou a inexistência de um projeto político de justiça e emancipação. Eis as perguntas. Existe esquerda em Uibaí? Ou será que o que existe é uma direita despudorada (campo clássico da direita e que está no poder) e uma direita iniciada (que está no campo de oposição à direita despudorada – a briga pelo poder tem dessas coisas)?

Nêgo Fugido

Canabrava dos Palmares, 27 de setembro de 2007.

Contatos boca do céu: ruipe@zipmail.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2007

BOCA DO CEU 23

Ano VI-abr/mai/jun/2007


O QUE É SER POLITIZADO*


Ser politizado é entender como funcionam as relações de poder em cada sociedade e no mundo em geral. É compreender que, por trás das relações de troca no mercado existem relações de exploração. Que, por trás das relações de voto, existem relações de dominação. Que por trás das relações de informação, há um processo de alienação. Ser politizado, no mundo de hoje, significa compreendê-lo no marco das relações capitalistas de acumulação e exploração, representa entender o mundo no marco da hegemonia imperial estadunidense, baseada na força militar e na propaganda do modo de vida estadunidense. Ser politizado é compreender que tudo que existe foi produzido historicamente, pelas relações entre os homens e o meio em que vivem. Ou melhor, entre os homens, intermediados pelo meio em que vivem. E que, portanto, tudo que foi construído pelos os homens pode ser desconstruído e reconstruído. Que tudo é histórico. Que a própria separação entre sujeito e objeto – que nos aparece como “dada” – é produzida e reproduzida cotidianamente mediante relações econômico-sociais alienadas. Ser politizado é saber subordinar as contradições menores às estratégicas, saber que as contradições com o capitalismo são sempre também contra o imperialismo, pela fase histórica atual do capitalismo.

O QUE É SER DESPOLITIZADO.

Já ser despolitizado é achar que as coisas são como são porque são como são, sempre foram assim e sempre serão. É considerar que as pessoas sempre buscam tirar vantagens que não têm grandeza para lutar desinteressadamente por um mundo melhor. Que o que diferencia as pessoas e a ambição de melhorar de vida, que a grande maioria não tem jeito mesmo. Entre o ser politizado e o despolitizado esta alienação, a falta de consciência da relação entre nós e o mundo. Alienar é entregar o que é nosso para outro -como diz a definição jurídica em relação a bens. Ser alienado é não perceber a presença do sujeito no objeto e vice-versa, sua vinculação indissolúvel. A luta pela emancipação humana é uma luta contra toda forma de exploração, de dominação, de discriminação, mas, antes de tudo e sobretudo, uma luta contra alienação – condição de todas as outras lutas.

EMIR SADER.**

*Extraído da revista Caros amigos

** Cientista político.

QUESTÃO DE PRINCÍPIOS.

Mais um “Club” particular em Uibaí, agora no povoado da Boca D’água. Nada contra alguém construir um espaço privado de lazer, desde que essa pessoa não seja o representante do Executivo Municipal, e o município ser um dos mais carentes de espaços públicos para o lazer coletivo, com apenas o Club Canabrava e a Voz do Povo que, mesmo sendo usado pela grande maioria dos Cidadãos de Uibaí, não são totalmente públicos, foram construídos respectivamente com a contribuição dos sócios e por iniciativa individual. A cidade, tão carente de espaços públicos de lazer, deveria ter em seus representantes a preocupação com quem lhes outorgou o poder de decisão, ao invés de construir mansões tipo Club privados a exemplo do citado acima. Deveriam seguir o exemplo de um também filho de Uibaí que está investindo em projetos educativos com a finalidade de formar cidadãos, sem esboçar, pelo menos até o momento, a vontade de se auto-promover politicamente. É o espírito coletivo que infelizmente em muitos demora a aflorar, acredito que por falta de prática. Fomos criados para viver em sociedade, o senso coletivo e nato do Ser, porém, deve ser exercitado a todo o momento. Em uma sociedade capitalista onde o incentivo ao individualismo é uma de suas grandes bandeiras, devemos estar vigilantes e nos indignarmos com essa prática tão em voga no nosso Município. O papel de um Prefeito é administrar o município direcionando suas ações para as necessidades de sua população. Se todo prefeito que for eleito investir em projetos pessoais, e o pior com dinheiro público, como vem acontecendo há algum tempo, a cidade vai acabar “privatizada”.

a Direita é aquém, a Esquerda é além

O terreno da política sofreu alterações significativas nos últimos 500 anos; momento em que a política perde a sacralidade das intervenções divinas e ganha a terrenalidade das relações humanas. A partir de Maquiavel a política passa a ser entendida eminentemente como atividade humana.

Há, aproximados, 200 anos, no período da Revolução Francesa, ocorrem novas significativas alterações no terreno da política. As movimentações na vida e no quotidiano das pessoas acabam por processar a entrada de algumas categorias importantes na política, tais como: direita e esquerda.

O conceito/categoria de DIREITA foi criado no bojo da Revolução Francesa para indicar o grupo político ou os grupos políticos que nas assembléias e reuniões francesas, tinham posições conservadoras e reacionárias, no sentido de defender e de realizar alianças com o clero e a aristocracia; concretizando de forma cristalina os interesses das elites nacionais. A chamada DIREITA estava preocupada em consolidar os seus interesses tão só e para tanto defendeu e fez conchavos que não radicalizassem o processo revolucionário; surgia um novo-velho país para novas e velhas elites, mas não para o povo.

O conceito/categoria de ESQUERDA, também criado no transcorrer da Revolução Francesa, indicava o grupo político ou os grupos políticos que no processo revolucionário francês lutavam para realizar a igualdade e pelo fim das injustiças, onde os camponeses pudessem ter acesso a terras e os trabalhadores urbanos pudessem ter uma vida digna; defendiam a democracia direta, o controle externo do governo, a revogabilidade dos mandatos, o direito do povo de julgar seus inimigos, controle da economia e a abolição dos direitos feudais. A isto veio somar-se, para uma melhor definição de ESQUERDA, todo o legado de luta em defesa da justiça, da liberdade, da igualdade e da fraternidade de todos os povos e de todos os tempos que pode nos remeter tanto à luta pelo socialismo quanto aos bravos sertanejos de Canudos. É a utopia de um projeto político justo e humano.

Por fim, uma pergunta tempestuosa e intempestiva. E assim se caracteriza por exigir que seja considerada a existência ou a inexistência de um projeto político de justiça e emancipação. Eis a pergunta. Existe esquerda em Uibaí?

Nêgo Fugido

Heterônimo de Savigny Machado

Do tempo do Sr .Messias

segunda-feira, 16 de abril de 2007

BOCA DO CEU 22

O DISCURSO DE COLLOR

O discurso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje Senador da República, foi marcado por muito choro. Vejamos: o “coitadinho” estava arrependido de ter confiscado as poupanças, de ter afrontado o Congresso Nacional, de ser arrogante, de ter sido um dos piores presidentes eleito democraticamente, etc. Pronto. Já foi perdoado. Seus colegas de parlamento teceram fartos elogios ao novo homem público que surge depois de um período metamorfoseando.

Esse “perdão,” gostaria de lembrar, foi dado pelo povo alagoano, e por grande maioria do parlamento (Congresso Nacional), mas o povo brasileiro em sua grande maioria, não esqueceu e jamais esquecerão um dos períodos mais truculentos da nossa história. Alias para o primeiro presidente eleito por voto direto, depois de vinte anos de ditadura militar, fazer o que ele fez, não vai ser um chorinho que conseguirá redimi-lo.

Felizmente ainda temos no parlamento alguns poucos cidadãos com vergonha na cara, a exemplo do Senador Pedro Simon, o único que fez o ex-presidente Fernando Collor de Mello relembrar os atos de corrupção ocorridos no seu governo que o levaram a ser expulso do Palácio do Planalto. Pelo menos um, no meio de tantos “combativos parlamentares,” teve coragem.

PS. Nem tudo está perdido. Rui Oliveira Machado

* A FORMOSA QUE FOI E A QUE É

Seu moço vá na Formosa
Que é pra tu se alembrá
Onde a gente dava prosa
Ali nos pé de Juá
Bem pertinho da casinha
Você se alembra que tinha
No terreiro de Naninha
Muito caroço de ingá?

Você subia um tiquim
Tinha mata de angelim
Fazendo sombra no poço
Pois se tu for lá seu moço
Nada mais tu tem que vê
É duro de recordar
Teu coração vai doer
Tu é capaz de chorar.

Cortaro toda a madeira
Rancaro os pé de ingasera
Derrubaro os jatobá
Desbarataro a pedreira
Nem os pé de gameleira
De perto da cachoeira
Que da sombra a vida inteira
Não deixaro sem cortar.

Tu lembra daquele poço
Que a gente tomava banho?
Água dava no pescoço
Traíra desse tamanho
O riacho já morreu
Pra tu que já conheceu
E ama lá como eu
Acho tudo muito estranho.


Tu conhece e eu conheço
Tudo ali na região
Vou morrer e não esqueço
Parece que não mereço
Ver o fim desse regresso
É o avesso do progresso
Meu amigo eu te confesso
Acabou-se o buqueirão.

Não tem mais a muierada
Que à fonte dava a vida
Tanta gente divertida
Percorria aquela estrada
Todo dia à madrugada
Cumeçava o movimento
Só era contentamento
Deste povo camarada.

Se ia pur dento do brejo
Até no poço do Serjo
Tu lembra que também tinha
O poço da camarinha
Frio igual a picolé?
A gente se lembra e sente
Aquele cheiro incelente
Dos perfume das muié.

O nosso povo e católico
Mas um ato diabólico
Já viro realizá
Os mandantes desta terra
Vendero e cercaro a serra
Pesou a mão poderosa
E os donos da Formosa
Tivero que retira.

  • do Livro : Versos de um caboclo, de Jeová Caboclo.

Preocupações dos Parlamentares na Câmara dos Deputados:

  1. Aumento dos seus próprios salários;
  2. Aumento do salário do Presidente e dos Ministros;
  3. * O Chapéu de Couro do Deputado Bahiano Edgar Mão Branca.




NASCE UMA ESTRELA , MORRE A ESQUERDA!

Era final da década de 70 e ainda acreditávamos que, apesar da ditadura, a resistência seria a construção de um novo modelo de democracia brasileira ; começávamos a organizar e discutir partidos e engajarmo-nos (para usar bem o termo da época), naqueles que ideologicamente pensava a sociedade que pretendíamos.

Assim nasceu o Partido dos Trabalhadores/ PT- diferenciado dos demais por ampliar o conceito de Trabalho X Trabalhismo.

Usando como insígnia a estrela, brilhou toda a década de 80 e 90 com a disposição e determinação de seus militantes na missão de divulgar o programa, discutir as propostas mobilizar pessoas, instituições, estudantes apoiar movimentos originados nas diversas categorias sociais, urbanas e rurais. . Configurava-se enfim uma nova tendência para a esquerda brasileira ou............. seria velha?
Conseguimos, quase vinte anos depois da primeira disputa presidencial nas urnas, e mais duas derrotas , a vitória !!!!!!!!!
Em 2002 a esperança venceu o medo, PT na presidência do Brasil!
Dava-se início à grande arrancada, pelo menos assim esperávamos, para as mudanças e reformas do país sem recorrer ao populismo, a estima brasileira, principalmente daqueles que propunham ações voltadas para redução das desigualdades sociais estava em alta; vislumbrava-se o fim das jogadas corruptivas dos politicos desonestos, dos acordos de gabinete das compras de votos.
È claro que em quatro anos é impossível realizar as demandas preconizadas na campanha; mas também em quatro anos, praticar atos que desconstroem o que seria a marca do partido! Escândalos semelhantes aos mandatos anteriores, com protagonistas, antes combativos ferrenhos, hoje promotores e beneficiários! Entramos no segundo mandato e já não vislumbramos mais atitudes que marquem o diferencial de um partido que se pretendia configurar como a esquerda brasileira contemporânea, com a maioria de seus filiados “históricos” fora, e comprometidos com outras alternativas que surgem.
Yara de Senna Amado, socióloga e trabalhadora do IPHAN

JÁ TEMOS BLOG - mocobeu.blogspot visite-nos

segunda-feira, 19 de março de 2007

BOCA DO CEU 21


Ano V -Out/nov/dez/2006

VERGONHA NACIONAL.

Mais uma vez somos surpreendidos com nossos representantes no Congresso Nacional. No apagar das luzes de um final de ano e de legislatura, nossos queridos parlamentares, que passaram esses quatro anos trabalhando exclusivamente em CPI’s que os envolviam em todos os tipos de corrupção possíveis no Serviço Público e que não resultaram em praticamente nada, se autopresentearam com um aumento em seus salários próximo de 100%. Em um país com aproximadamente trinta milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, com um salário mínimo 70 (SETENTA) vezes menor que esse salário que nossos representantes perceberão a partir da próxima legislatura, onde a fome, a miséria, e a violência estão presentes em cada canto desse imenso país, era para nossa indignação ser tamanha, a ponto de estarmos todos nas ruas, nas praças, nos centros do “poder”; Congresso Nacional e nas Câmaras Legislativas de todo país, protestando e procurando inviabilizar essa pouca vergonha. Infelizmente as coisas ainda não aconteceram, e o povo assiste passivo aos desmandos de seus representantes. Até quando? Como transformar esse sentimento de indignação presente nesse momento na sociedade em manifestações de rua? Em luta pela moralidade, pela ética? Hoje o Congresso Nacional é uma das instituições com menor credibilidade junto à sociedade, mesmo assim, fazem o que querem, e no período eleitoral, estão de volta às ruas, (apenas nesse momento fazem esse imenso esforço) e o povo vai às urnas cheios de esperança e orgulho, para momentos depois serem traídos. No próximo período eleitoral estarão lá de novo, é um círculo vicioso, vota-se automaticamente sem parar sem pensar. Nesse final de ano, onde paramos alguns poucos minutos para refletir e desejar boas novas para todos, devemos refletir, também, sobre nossos direitos e deveres como cidadão. Devemos refletir sobre a política, sobre a religião, sobre a bondade, sobre a maldade, sobre a pobreza, sobre a riqueza, sobre a paz, sobre a guerra, sobre todas essas dualidades existentes, quem sabe assim, no próximo ano conseguiremos iniciar a construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa e igualitária.
Feliz Natal e boas festas.
Rui Oliveira Machado

PS.
“Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão,, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governa-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana.” Mikhail Bakunin.


O político e o palhaço

“Grande circo Brasil; escolham seus palhaços”. este era o slogan contido nas camisetas usadas pelos estudantes da época para demonstrar a decepção gerada pela iminente vitória do candidato Fernando Collor de Mello, sobre Lula, no pleito Presidencial de 1989. Não se sabe bem, porque circo e palhaço são termos sempre utilizados quando se quer depreciar alguém ou algo ou identificar a ausência de seriedade. “Você é um palhaço”. Dispensar este tratamento a alguém é menosprezá-lo, provoca-lo. “Isto aqui está uma bagunça, um verdadeiro circo”. É uma maneira de se dizer que algo está errado, que a seriedade não existe. Na realidade é uma injustiça, porque nenhuma arte pode ser considerada mais respeitável que a arte circense e nenhum personagem mais sério que o palhaço.
Em 1989 porém, não se percebia, ainda, que as vítimas do nosso protesto não eram os políticos, o Brasil e nem as eleições. Os ofendidos, na realidade, eram o palhaço, o circo e o espetáculo. “Grande circo Brasil, escolham seus palhaços”
Mas que relação poderia haver entre país, políticos, eleições e circo, palhaços e espetáculo? O país é um grande palco onde milhões de artistas equilibram-se na corda bamba do dia-a-
dia, comem fogo, fazem malabarismo com moedas, domam os leões, penduram-se no trapézio da vida depois sorriem, dançam e batem palmas.
Assim também é o picadeiro; e, como no país, seus artistas nascem, vivem, e morrem, “na lona”. O palhaço é um ser que, apesar de seus traumas e angústias, traveste-se de alegre e feliz para oferecer-se como objeto do nosso riso. O político também traveste-se; só que astuto e interesseiro, finge-se de “santo” para merecer o nosso endosso e depois trair a nossa fé. E o espetáculo? Ah o Espetáculo! O inesquecível “respeitável público!!”, que nos leva ao delírio, que acende a adrenalina, que acelera o pulso, que resgata a criança adormecida em nós, de olhos presos no picadeiro, pipoca na mão e sonhos a viajar. Ah! O espetáculo.
Espetáculo também é o momento eleitoral. Qual candidato? Qual partido? É a festa de bandeiras, cores e ideologias. É o voto de mudança, é o novo, mesmo que nada de novo, é um novo momento. Hora de tomar nas mãos a construção do novo tempo. Hora de sonhar.
Mas ...e o político, aquele palhaço?
Ah, esqueçamos!
Edme Oliveira Machado

BOCA DO CEU 20

Ano VI-Jul/ago//set/2006
A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. A lei Maria da Penha já está em vigor

A Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher foi sancionada pelo presidente Lula, dia 7 de agosto, e receberá o nome de Lei Maria da Penha Maia. “Essa mulher renasceu das cinzas para se transformar em um símbolo da luta contra a violência doméstica no país”, afirmou o presidente. O projeto foi elaborado por um grupo interministerial a partir de um anteprojeto de organizações não-governamentais. O governo federal o enviou ao Congresso Nacional no dia 25 de novembro de 2004. Lá, ele se transformou no Projeto de Lei de Conversão 37/2006, aprovado e agora sancionado. A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, acredita que o número de denúncias possa aumentar. “Certamente, quando oferece a sociedade uma estrutura de serviços onde as mulheres se sintam encorajadas a denunciar porque tem uma rede de proteção para atendê-las, você aumenta a possibilidade de número de denúncias”, disse. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres colocou à disposição um número de telefone para denunciar a violência doméstica e orientar o atendimento. O número é o 180, que recebe três mil ligações por dia.

MARIA DA PENHA MAIA

A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Ela virou símbolo contra a violência doméstica.
Em 1983, o marido de Maria da Penha Maia, o professor universitário Marco Antônio Herredia, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, deu um tiro e ela ficou paraplégica. Na segunda, tentou eletrocuta-la. Na ocasião, ela tinha 38 anos e três filhos, entre 6 e 2 anos de idade. A investigação começou em junho do mesmo ano, mas a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro de 1984. Oito anos depois, Herredia foi condenado a oito anos de prisão, mas usou de recursos jurídicos para protelar o cumprimento da pena. O caso chegou à Comissão Interamericana dos Direitos humanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica. Herredia foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade.Após às tentativas de homicídio, Maria da Penha Maia começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV) no seu estado Ceará.Ela comemorou a aprovação da lei> “Eu acho que a sociedade estava aguardando essa lei. A mulher não tem mais vergonha de denunciar. Ela não tinha condição de denunciar e se atendida na preservação da sua vida”, lembrou. Maria da Penha recomenda que a mulher denuncie a partir da primeira agressão. Porque a cada dia essa agressão vai aumentar e terminar em assassinato.” Fontes: Radiobras/Agência Brasil, Agência Estado, SEPM, Cfemea
PS. Em nosso Município, não tenho conhecimento de nenhum caso de violência contra a Mulher no que diz respeito à agressão física (espancamento), como existem várias formas de violência: o telefone para denúncia é: 180.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS II

Encerraram-se as eleições presidenciais. Os trabalhos voltam-se agora para eleições Municipais: prefeitos e vereadores. Pelo desenrolar dos conchavos políticos feitos para adquirir apoios no segundo turno da eleição para Presidente, dá para imaginar o que serão as próximas eleições.
Se a proposta do Presidente da República de conversar com todos os seguimentos da sociedade, principalmente a oposição prosperar, teremos uma eleição sem a “oposição de praxe”. Como a maioria dos prefeitos municipais baianos deu apoio ao Presidente Lula, pode se deduzir que os candidatos apoiados por estes prefeitos, ou os próprios estarão, ou no PT, ou em outro partido que faça parte da base de apoio do Governo.
Porque afirmo isso: porque esses prefeitos nunca fizeram oposição a ninguém, sempre estiveram debaixo da chibata de seus governantes maiores, há dezesseis anos são submissos, abaixaram a cabeça para o Carlismo, e não conseguiram se desvencilhar dessa prática. Mudam de legenda política como se muda de camisa.
Tomemos por exemplo nosso Município, Uibaí. Em qual momento os “nossos representantes” ficaram contra o Governo estadual ou Federal? Nunca. Estão sempre se articulando para permanecer dando “apoio” em troca de benesses, e não vai ser diferente agora, já que a forma de administrar da esfera federal e provavelmente a estadual, tem muita coisa em comum com as administrações de nosso Município, principalmente a parte podre.
Sendo assim, faz-se necessário algumas indagações: Como será a disputa em nosso município depois desses apoios? Haverá convenção no PT para escolher candidato a prefeito, já que no momento temos pelo menos dois convencionais? Sabemos que o atual Prefeito subiu no palanque do Governador eleito, e pode a qualquer momento mudar de legenda, optando por um partido da base de sustentação do governo, pleiteando, assim, um segundo mandato com o apoio Federal. E aí?
Podem ter certeza que em Uibaí, os candidatos a cargo majoritário terão uma luta à parte em busca de apoio no Governo estadual e Federal devido ao leque de alianças feitas por conta da reeleição. Todos agora querem ser da base de sustentação do governo. Assim, nesse momento faz-se necessário a criação em nosso município, de uma frente de oposição propositiva que venha contrapor a essa prática política que insiste em afirmar que os fins justificam os meios para se chegar ao poder.
Uma sociedade justa não se faz com essas práticas, mas sim com políticas de acesso à educação, saúde, terra, emprego, igualdade de oportunidades, bandeiras que estão inseridas nos princípios e ideais socialistas, que, por um curto período nortearam os programas de partidos ditos de esquerda em nosso país. Rui Oliveira Machado.

BOCA DO CEU 19


Ano VI-abr/mai//jun/2006

ACREDITANDO AINDA NO SOCIALISMO.

Mesmo em momentos de desilusões, como o que ocorre agora, ainda assim acredito que o Brasil será o protagonista de uma revolução socialista na América Latina. Acredito nisso, primeiro, porque temos que estar sempre sonhando com um mundo melhor, e porque observo que o modelo capitalista que domina nossa civilização está acabando. A organização dos trabalhadores contra a exploração, é fato e o capitalismo vive disso – Mais Valia. Se analisarmos esses vintes e cinco anos de “abertura política” no Brasil como um processo veremos que está havendo uma evolução nas diversas formas de atuação no que tange a luta de classe travada desde o “descobrimento do Pais”. O que aconteceu e esta acontecendo nos últimos doze anos de governo de FHC e Lula é o reflexo de tudo que os setores mais progressistas existentes no Brasil conseguiram construir. A esquerda no Brasil e em vários países da América Latina está em um processo de acúmulo de experiências que tem como escopo uma revolução socialista, e o Partido dos Trabalhadores é um instrumento que fez e faz parte desse processo juntamente com outros partidos que estão na luta a mais tempo, e outros que estão surgindo. Analisar, com a agravante de entrarmos em um retrocesso profundo, momentos da política brasileira, como se fossem campeonatos de futebol é um grande equivoco. Todo esse momento faz parte de um processo em busca de uma sociedade mais justa, onde setores engajados nessa luta cometem equívocos, mas também tem avanços consideráveis; ou nessas duas décadas não houve avanços em direção a uma sociedade mais justa? Será que a esquerda brasileira só cometeu equívocos? Não teria sido mais acertos que erros? São fatos que devem ser analisados no momento de fazer uma avaliação, para não cairmos no erro de achar que a revolução Socialista vai acontecer com data e hora marcada, estamos engatinhando na escola democrática. Vinte e cinco anos de “abertura política” dentro do contexto histórico mundial significam algumas horas. Não devemos jogar fora todo esse acúmulo de experiências adquiridos nesses quinhentos e poucos anos de luta e resistência do povo brasileiro.
Rui Oliveira Machado

ELEIÇÕES MUNICIPAIS.

Com encerramento das eleições a nível federal e estadual os olhos dos políticos, principalmente os que não conseguirem ser eleitos, voltam-se para os municípios. Não com o intuito de resolver os vários problemas que atormenta a grande maioria dos habitantes dos mais longínquos grotões deste país, mas sim para articulações imorais desenroladas nas eleições que se encerram amarradas como forma de pagamento, tendo como moeda cadeiras de Prefeito e de vereadores. Quero tomar como exemplo nosso município, a pequena cidade de Uibaí. Lá os “donos do poder” estão desde o início do ano em campanha. Dividiram-se, pois fica melhor apoiar duas frentes políticas, embora as mesmas se dizem diferentes, sendo que no final são farinha do mesmo saco, só assim independente de quem ganhe estarão “representados” dentro do Congresso Nacional, garantindo seus ganhos nos muitos desvios patrocinados pelas emendas orçamentárias, (vide sanguessugas). Não vejo, infelizmente, nenhuma perspectiva para o nosso município. Não temos, até o momento, candidatos a vereador e muito menos para prefeito. Acho também que na atual conjuntura, ter ou não ter candidato não mudaria muito a cara do nosso município. Precisamos encontrar armas mais eficazes, pois só com as que dispomos, dentre elas o voto, o processo de mudança será penoso e demorado. Temos que tomar como exemplo alguns municípios que conseguiram ter avanços na qualidade de vida de seus habitantes e conseguir reduzir de forma considerável a corrupção. Vai aí o exemplo de Ribeirão Bonito/SP. Só assim poderemos dar um salto de qualidade e construir uma Uibaí onde poderemos orgulhar de ser filho.
Rui Oliveira Machado

RIBEIRÃO BONITO*

Ribeirão Bonito, onde tudo começou por causa de uma nostalgia - e virou uma cartilha contra a corrupção. Nos seus tempos áureos, Ribeirão Bonito, de imigração italiana, beneficiava-se do café. Sua população, na época, contava com 25 mil moradores - mais que o dobro do atual número de habitantes. Além da agricultura, surgiam fábricas. Oferecia-se ali um bom nível de educação pública. Muitos saíram da cidade, entraram nas melhores faculdades e se tornaram profissionais de sucesso, respeitados nas suas áreas. Nunca mais voltaram a morar lá. Em 2000, alguns desses profissionais, gratos pela chance educacional que tiveram, começaram a se reunir para revitalizar Ribeirão Bonito, estimulando uma vocação econômica e preservando o patrimônio histórico. Juntaram-se aos moradores e criaram uma associação (Amarribo). Os planos mudaram de rumo. Perceberam que o prefeito vinha dando sinais de enriquecimento incompatível com sua renda. Um dos sinais era um carro de luxo que ele usava. Souberam que seu veículo era de um fornecedor de carne para as escolas. As merendeiras diziam, porém, que quase não havia carne na refeição dos alunos. Descobriu-se também que a prefeitura comprava a gasolina para abastecer a frota oficial numa cidade de Minas, bem longe dali. E por um preço mais caro do que a vendida no posto em frente à prefeitura. Revelou-se assim uma rede de falcatruas. Resolveu-se focar sua ação, naquele momento, no desvio de recursos. Não era uma batalha fácil. A população não estava mobilizada nem interessada; o prefeito controlava quase toda a Câmara e a imprensa. Como o grupo de combatentes era composto de professores, contadores, comunicadores e advogados (um dos advogados é José Chizzotti, procurador aposentado do Estado), montou-se uma operação de guerra: 1) coletaram-se os indícios de desvio de dinheiro; 2) com base nessa coleta consistente, a polícia, o Ministério Público e o Judiciário foram acionados; 3) furando a barreira da mídia local, divulgaram-se os fatos por meio de panfletos e convocaram-se audiências públicas; 4) diante das evidências e da pressão popular, os vereadores foram sensibilizados para criar uma comissão de investigação na Câmara. O prefeito perdeu o cargo e acabou na cadeia. O mais importante é que se criaram mecanismos permanentes de fiscalização que já resultaram, por exemplo, na redução e melhor aplicação de gastos públicos - a Câmara passou a usar apenas 1,5% do orçamento municipal, sendo que a lei permite até 8%. Desse embate, surgiu uma cartilha para ensinar os cidadãos o passo a passo na prevenção e no combate à corrupção.

P.S. - A fórmula de Ribeirão Bonito contra os sanguessugas não tem mágica. É composta por quatro ingredientes: 1) a qualificação educacional dos indivíduos; 2) a disposição de trabalhar em conjunto em cima de objetivos comuns; 3) sentir-se dono da coisa pública e fiscalizá-la permanentemente, o que exige uma noção de que cidadania é não só direitos mas deveres; 4) não esperar pelas autoridades para que sejam tomadas atitudes moralizadoras. Em qualquer comunidade que use essa receita, a corrupção provavelmente não acabará, mas será muito mais difícil roubar e ficar impune.
*Fragmento do texto Uma vacina contra sanguessugas .,
Artigo publicada por Gilberto Dimenstein - Jornal Folha de São Paulo.

BOCA DO CEU 18

Ano VI-Jan/fev/mar/2006

ACABOU !!!

O Partido dos Trabalhadores nesses três anos e meio ao contrário do que pregou em toda sua existência, enveredou por um caminho que durante seus vinte e cinco anos de existência criticou: o caminho da corrupção, da falta de ética, da mentira, ou seja, das práticas mais condenadas pela grande maioria de seus militantes. Tentei resistir a idéia de que o partido não tem mais jeito, mas infelizmente essa resistência chegou ao fim. Filiei-me ao PT logo no seu nascimento, no inicio dos anos 80. Militei na medida do possível sempre acreditando que era esse o partido que defendia uma sociedade mais justa, mais igualitária, partindo de princípios socialistas largamente estudados e defendidos por seus principais idealizadores e militantes. O partido conseguiu manter a sua linha política pouco mais de uma década. A partir daí sua meta principal foi a chegada ao poder a qualquer custo. Primeiro com as administrações municipais, onde o leque de alianças passou a incluir agremiações partidárias com princípios ideológicos completamente diferenciados dos defendidos. Em seguida as administrações estaduais seguindo a mesma linha política. Nesse período o partido começa a defender não mais uma proposta de ruptura com o modelo neoliberal, e sim uma via alternativa de chegada ao poder a qualquer custo. A ala majoritária do partido sempre defendeu esses princípios, ou seja, que os meios justificam os fins. As outras facções mais à esquerda do partido em sua grande maioria defendem ou defendiam a ruptura com esse sistema. Acreditavam e ainda acreditam (o que torna o fato mais grave) que estando no poder um partido nascido dentro de uma ideologia socialista, poderia, pelo menos iniciar os caminhos para a ruptura. Ledo engano. O fortalecimento do neoliberalismo foi intensificado, e hoje o que se vê é um partido completamente esfacelado, onde a maioria de seus parlamentares e dirigentes lutam com unhas e dentes para manter privilégios antes condenáveis. A única agremiação política criada após um longo período de ditadura, que poderia dar um rumo mais sério ao país acabou do ponto de vista ideológico. Existe, ainda, como uma organização qualquer defendendo projetos corporativos em benefício de alguns poucos que se revezam no parlamento e dentro da estrutura governamental. Estamos hoje a poucos meses do processo eleitoral sem uma opção política viável. O critério de votação não é mais ideológico como antes defendido, o partido, como os outros existentes defendem as mesmas bandeiras antes criticadas: bandeiras do nepotismo, do fisiologismo, do corporativismo, etc., exceto o PSOL, PCO e o PSTU, partidos dissidentes do PT, com grandes dificuldades de organização e mobilização. Infelizmente, como milhares de militantes, não poderei votar em um projeto político que acreditava, e ainda acredito, por falta de uma agremiação partidária que os defenda. Como milhares de eleitores, vou votar em indivíduos, acreditando que ainda exista na figura de uns poucos cidadãos a esperança da construção de uma sociedade mais justa.
Rui Oliveira Machado

BOCA DO CEU 17


Ano V Julho – Out/nov/dez/2005

“E AGORA JOSÉ”

Estamos chegando a mais um final de ano. Inicia-se o último ano de governo do Presidente Lula, e termina o primeiro do Prefeito Raul. O que esses dois governos tem em comum? Vejamos: os dois estão abarrotados de corruptos, o uso do dinheiro público para fins pessoais e eleitoreiros e fato nos dois. Existem pessoas honestas nos dois governos; sendo que em Uibaí o percentual é menor. Já o percentual de aproveitadores, proporcionalmente, Uibaí está na dianteira. As promessas feitas em campanha nos dois governos até o momento não foram cumpridas integralmente. No governo Lula não há mais tempo, a menos que venha o segundo mandato. No governo Raul ainda há tempo, vamos esperar... Em termos de avanços, apesar dos pesares e de mais tempo, o governo Lula avançou mais do que o governo Raul, que ainda não disse para que veio. E nós eleitores de Uibaí o que vamos fazer nesse ano eleitoral que se inicia? Em quem votar? Acredito que Lula ainda é o melhor candidato. E digo porque: apesar de poucos avanços, houve investimentos na área social, na educação e na saúde. Diminuiu a pobreza, aumentou o nível de emprego, o salário mínimo teve aumento real, etc. No geral o país melhorou e o Governo Lula é, de longe, o melhor governo que esse país já teve nesses mais de 20 anos de “democracia”, e a tendência e melhorar nesse próximo ano com a expansão da bolsa-família, com o reajuste real do salário mínimo, com a queda dos juros, e por aí vai. Já nas eleições proporcionais e majoritárias (deputados estaduais e federais, presidente governadores, senadores) não é justo condenar o Partido dos Trabalhadores com sua história de lutas, tendo como justificativa um grupo minoritário de malfeitores que sujaram a imagem do partido e que estão pagando pelos seus atos. Assim sendo, quero acreditar que o Partido dos Trabalhadores ainda é a melhor opção de voto na atual estrutura partidária. O quadro é complicado, as perspectivas não são as melhores, mas já passamos por momentos piores que este e penso que vamos conseguir virar essa página, e reconstruir espaços onde possamos discutir caminhos para chegarmos a uma sociedade mais justa e igualitária.
Rui Oliveira Machado

PROSTITUIÇÃO INFANTIL.

Todos sabem que o índice de prostituição infantil no Brasil, principalmente no Nordeste, é altíssimo, e dentre as cidades nordestinas que mais se destacam estão as cidades turísticas e litorâneas, como Salvador, Recife, Fortaleza, entre outras. As cidades de menor porte situadas no interior dos estados nordestinos estão, também, inseridas nos roteiros da prostituição, já que a fiscalização por parte dos responsáveis pelo combate a esse crime é menor. Quero destacar aqui o nosso município, a pequena cidade de Uibaí, onde esse crime a cada dia aumenta sem nenhuma preocupação por parte do poder público, e aponto aí não só o executivo municipal, como também o legislativo. No Estatuto da Criança e do Adolescente, para citar apenas dois artigos, diz que: Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Portanto, faz-se necessário a divulgação do ECA, (Estatuto da Criança e do Adolescente) com ênfase nesses artigos em bares, clubes, hotéis, etc., como também às autoridades que fazem a segurança civil e militar do município. Sugiro ao Poder Legislativo que elabore um Projeto de Lei com a finalidade de inserir no currículo das escolas municipais a educação sexual como disciplina obrigatória, só assim conseguiremos garantir uma melhor orientação e um futuro melhor para nossas crianças. Rui Oliveira Machado

O MENINO AZUL (para Pedro S. Machado)
Cecília Meireles

O menino quer um burrinho para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer o nome dos rios,
das montanhas,
das flores,— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho que
saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

BOCA DO CEU 16


Ano V-Abr/mai/Jun/2005

O SONHO NÃO ACABOU.

Em sua grande maioria os militantes do Partido dos Trabalhadores conviveram com um período de vinte anos de ditadura militar. Tiveram que passar a pré-adolescência, a adolescência e uma parte de sua vida adulta calados politicamente e culturalmente. Manifestações voltadas para essas linhas eram proibidas, a menos que fossem a favor do regime. Nesse período não podia sequer estar reunidos em grupo com mais de três pessoas. Perseguidos, sem poder expressar suas idéias e pensamentos, essa geração conseguiu sobreviver. Participaram da “abertura política”, que trouxe a anistia, o governo civil, as eleições diretas, um governo eleito no voto direto e afastado com grande participação desses militantes que com muita luta, também, conseguiram colocar no poder maior do país, com a ajuda de grande parte da sociedade, um cidadão oriundo das massas populares e com a “cara do Brasil”. Infelizmente para se governar um país com tantos vícios, com uma cultura de corrupção, onde o fisiologismo, o nepotismo, o coronelismo, etc., imperam, seria necessário uma ruptura, acabar com esses vícios e com esses grupos que defendem tais posturas. O PT, ao contrário do defendido em sua trajetória de existência, aliou-se a esses grupos com um projeto de poder defendido pelo núcleo majoritário do Partido com a conivência do Presidente. Esse núcleo forte conseguiu em menos de três anos acabar com um partido e adiar o sonho de uma militância e a esperança de milhões de brasileiros e brasileiras. Mas essa militância que já enfrentou a ditadura por vinte anos, como citado acima, não desiste nunca, e com certeza vai virar mais essa página da história. “A luta pelo socialismo é também a luta contra todas as opressões, injustiças e barbáries cotidianas”. O socialismo não morreu e nunca vai morrer, ao contrário do Capitalismo que sobrevive através de mutações constantes com a finalidade de preservar a hegemonia de uma minoria privilegiada, o Socialismo tem como uma de suas bandeiras a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a exclusão seja banida para sempre. E nós que acreditamos nos ideais socialistas, ainda temos muito que lutar, quinhentos anos de corrupção e desmandos, não se acaba em 25 anos de militância. A luta continua. Rui Oliveira Machado


O QUE FAZER?
* Georges Bourdoukan

O que fazer quando a água cristalina vira um mar de lama?
O que fazer quando a fome vira um número que não alimenta?
O que fazer quando o passado vira referencial para quem prometia o futuro?
O que fazer quando o júbilo, envergonhado, busca abrigo na solidão?
O que fazer quando a virtude se cobre de trevas?
O que fazer quando a mentira cospe na verdade?
O que fazer quando a soberba se torna filha dileta do banquete do cerrado?
O que fazer quando se perde a esperança?
O que fazer quando os olhos não querem enxergar e o coração fica cego?
O que fazer quando a bondade se cobre de mau hálito?
O que fazer quando a ternura se vê brutalizada?
O que fazer quando a desigualdade social e incentivada?
O que fazer quando o sonho vira pesadelo?
O que fazer?...
Amigo, se você sobreviveu a tudo isso, você pode tudo!
Lembre-se: a História conspira a seu favor e o bem estar da humanidade é o objetivo derradeiro do Universo.
*Jornalista e escritor
**Transcrito da revista Caros Amigos




PREPARANDO PARA A PRÓXIMA.

Não é porque o Partido dos Trabalhadores está envolvido nesse mar de lama, que nós que ajudamos a construí-lo, vamos baixar a cabeça e entregar os pontos, pelo contrário, o PT não se resume a esse emaranhado de sujeiras que aí está. O PT nesses vinte e cinco anos construiu muito, existem exemplos a serem seguidos, é só voltar nosso olhar para as diversas cidades de pequeno e médio porte que estão sendo administradas pelo PT, a exemplo de Pintadas no interior da Bahia para continuarmos acreditando em nossos sonhos. Não sei se o Partido, após essas eleições internas, voltará a suas origens, mas tenho certeza que as células que foram plantadas e implementadas em algumas administrações estão dando resultados, e independente da coloração partidária, podem ser reproduzidas e adaptadas em cidades como Uibaí, Central, Irecê, Ibipeba, Presidente Dutra, só para ficar com algumas de nossa região.
Como tornar esse sonho realidade? No caso de Uibaí, acredito que já demos o primeiro passo, ou seja, com as duas últimas eleições no município aprendemos muito, principalmente com nossos erros; agora precisamos, com humildade corrigi-los e darmos um novo direcionamento na luta. Precisamos deixar de lado os projetos pessoais e trabalhar para que a tomada do poder aconteça de forma espontânea, com um projeto administrativo para Uibaí que tenha no mínimo suas linhas gerais discutida com a sociedade local. Os candidatos devem se pautar pelos princípios da honestidade, da moralidade, da ética, etc., princípios, estes, que estão presentes na vida da grande maioria dos eleitores que votaram na Frente de Libertação e Reconstrução de Uibaí nas últimas eleições. Assim teremos mais chance de encontrar candidatos realmente preocupados com a mudança e a melhoria de nosso município, dispostos a se submeter ao programa discutido com a sociedade.
Chegar ao poder a qualquer custo não vale a pena, estamos vivendo nesse momento um exemplo concreto, o Partido dos Trabalhadores, que infelizmente acabou enquanto partido que representava mudança em prol de uma sociedade mais justa.

BOCA DO CEU 15

Ano V Jan/fev/mar–2005

O PAÍS VAI BEM, O POVO BRASILEIRO AINDA NÃO.

FREI BETO


Dizia minha avó, em ânsias casadoiras, à filha solteirona: “Fulano é um bom partido.” Herdeiro de boa fortuna. Hoje, o princípio do verbo partir, substantivado, serve para designar agremiações políticas. Todas elas literalmente partidas: em tendências, facções, siglas e grupos regionalistas.
Conheci o PT ainda como proposta na cabeça do Lula. Por que trabalhador votar em patrão, e não em trabalhador? _ acendeu-lhe eureca à 15 de julho de 1979, ao participar de encontro sindical em Salvador, enquanto em São Bernardo do campo Marisa dava à luz o filho Sandro.
A proposta ganhou corpo e adeptos no meio sindical, nas Comunidades Eclesiais de Base, nos movimentos populares, na esquerda sobrevivente ao terror da repressão, entre intelectuais como Hélio Pedrosa, Sérgio Buarque de Hollanda, Antônio Cândido e Hélio Pellegrino.
Fiquei fora. Sou afeito a consensos e avesso a disputas. Nunca me filiei. Mas da trincheira do movimento social torci pelo PT. Vi dona Maria Clara, na periferia de Vila Velha, fazer da sala apertada de seu casebre sede do Núcleo do partido. Vi Bacuri, hanseniano, reunir no Acre enfermos de uma colônia para debater o programa do PT. Vi agricultores do sertão paraibano pintarem imensa estrela vermelha na parede de um galpão.
Conheci o PT do trabalho de base, da formação política, das rifas para coletar fundos, dos livros de ouro, da venda de broches e adesivos, das festas beneficentes. O PT da militância voluntária, das campanhas eleitorais aguerridas, do sonho socialista, do orgulho de ser de esquerda. O PT da hegemonia proletária na direção, dos critérios éticos nas alianças políticas, da transparência no trato do dinheiro. PT das greves do ABC, da campanha das Diretas-Já, do “fora Collor”, da luta por reforma agrária e contra o pagamento da dívida externa. PT do Fórum de São Paulo, da solidariedade à revolução cubana, à Nicarágua sandinista, à causa palestina, aos que lutavam contra o aparthid na África do Sul e clamavam pela libertação de Nelson Mandela.
Aos 25 anos, o PT poderia se gabar de comemorar bodas de sangue, tantos os mártires de sua história: Chico Mendes, Raimundo Ferreira Lima, Wilson Pinheiro, Santo Dias, Margarida Alves, Dorcelina Folador...
Todos assassinados por coerência aos ideais do partido. De gota a gota de sangue, de porta em porta, de luta em luta, de voto em voto, o PT ampliou a sua força política, elegendo vereadores, deputados, prefeitos, senadores e governadores. Até que em 2002, na quarta tentativa, fez de Lula presidente da Republica.
Hoje é um partido repartido. O futuro se fez presente e, para uns, não era o que se esperava: o abandono do projeto socialista, o pudor de situar-se à esquerda, a política econômica neoliberal, o atraso na reforma agrária, a liberação dos transgênicos, o permanente adiamento da demarcação da reserva indígena Raposo/Serra do Sol, em Roraima.
Para outros, o PT governa com realismo e pragmatismo. Não faz o desejável, mas o possível. Implementa uma política externa ousada, promove a reforma universitária, estende o credito à população de baixa renda, preserva o meio ambiente, defende a Amazônia, combate a fome e a corrupção, distribui renda a 6,5 milhões de famílias que viviam na miséria. E brilha na macroeconomia: estabilidade monetária, controle da inflação, queda do risco Brasil, crescimento da industria e das exportações, êxito do agronegócio, aumento das reservas do país e do emprego formal.
O Brasil é a terra dos paradoxos. O mundo se divide em mais de 200 nações e o nosso país sempre figurou entre os mais ricos. No entanto, é o primeiro em desigualdade social. Segundo o FMI, os 10% mais ricos da população possuem 44% da renda nacional; os 10% mais pobres dividem 1% da renda.
No andar de cima, jamais faltou mesa farta. No de baixo, a sofrida labuta pelo pão nosso de cada dia. Será que a fartura do agronegócio, da indústria automobilística, do preço exorbitante do aço, do lucro astronômico dos bancos, do robusto caixa do BNDS, haverão de se refletir no aumento do poder aquisitivo e da qualidade de vida dos mais pobres?
O s mais ricos deixarão de ganhar tanto para que haja menos miséria?
O dilema do PT é, hoje, o de Hamelet: ser ou não ser _ um partido disposto a ganhar eleições ou a construir um projeto histórico para o Brasil? As duas coisas, dirão alguns. Numa sociedade objetivamente tão conflitiva, o preço pago pelo êxito eleitoral, à base de consenso e alianças partidárias sem critérios (vide o efeito Severino), pode equivaler ao de um resgate sem libertação da vítima do sequestro. No caso, a esperança depositada no governo Lula.
O Brasil vai bem, o povo brasileiro ainda não. A economia é forte, a política e fútil, o direito social frágil. Lula tem ainda pela frente dois anos para atrelar suas prioridades sociais ao ideário político que ele representa e que deve se impor como senhor, e não servo, dessa macroeconomia que hoje beneficia o país em detrimento da nação.
FREI BETO é escritor e foi assessor especial da Presidência da República.

UM SONHO DE 26 ANOS.

Rui Oliveira Machado
Em 1979, em plena ditadura militar, foi fundada em Brasília/DF a CEUBRAS (Casa dos Estudantes de Uibaí em Brasília). Um sonho que realizou-se em parte, visto que a meta era uma casa onde os filhos de Uibaí pudessem buscar uma formação superior com as mínimas condições de sobrevivência e, de preferência, apoiada pelo poder público municipal. A Casa, nesses 26 anos de sobrevivência, formou mais de cem filhos de Uibaí em nível superior sem nenhuma ajuda do poder público municipal. Pelo contrário: as vezes havia intenções deliberadas de interferir nos trabalhos realizados pelos seus residentes. Trabalhos estes direcionados para uma melhoria nas condições de vida dos nossos conterrâneos. Os estudantes da CEUBRAS, em sua grande maioria, conseguiram formação em curso superior trabalhando oito horas por dia e estudando a noite para poder sobreviver e, ao mesmo tempo, ajudar suas famílias que se encontravam no interior. Até hoje, 26 anos depois, não houve um administrador municipal que tivesse a sensibilidade de visualizar a importância dessa instituição para a formação de cidadãos. Entra prefeito, sai prefeito. Entra vereador, sai vereador. E a educação sempre relegada. Quem pode bancar os estudos dos filhos, em sua grande maioria com o dinheiro público, banca. O povão que se dane. Mas como dizia Euclídes da Cunha, “O nordestino é antes de tudo um forte”. O sonho ainda não acabou. Foi aprovado pela Câmara de vereadores, depois de muita luta e empenho dos estudantes, um projeto que trata especificamente dessas instituições, que se sancionado pelo prefeito; realizará o sonho de muitos que passaram e que vão passar por essas Casas. Parabéns as Casas de estudantes e em particular a CEUBRAS, pelos seus 26 anos.
ruipe@ig.com.br

BOCA DO CEU 14


Ano IV Out/nov/dez–2004


“O TEMPO NÃO PARA...”

O ano está chegando ao final, e nos do Boca do Céu gostaríamos de fazer uma avaliação, levando em consideração o nosso município, já que este informativo esta voltado para o mesmo. 2004 foi um ano de muitas esperanças, ano em que o governo Lula tinha por obrigação mostrar para o que veio, já que 2003 era tido como o período de ajustes e acomodações. O ano passou e chegou 2004. As coisas foram se encaixando e o governo avançou em alguns pontos, estacionou em outros e 2004 finda com poucas mudanças principalmente no tocante a área social que era o carro chefe do governo. Uibaí não teve muita mudança. A Frente de oposição “perdeu” as eleições. Ficaram os mesmos no poder e os eleitores da Frente se sentiram traídos e só agora estão conseguindo engolir essa derrota. Uibaí infelizmente não vai mudar. O prefeito eleito tende a manter a mesma estrutura do anterior com algumas mudanças a nível pessoal dentro de alguma secretaria, mas com ênfase no nepotismo e no fisiologismo. A esperança é o grupo de oposição. È justamente nesses vereadores que devemos depositar nossas esperanças de mudança. Precisamos primeiro lembra-los que os seus mandatos não lhes pertencem e que os mesmos devem ser abertos para a participação popular. A autoridade não é o vereador, mas sim o eleitor que lhe depositou o voto e tem por obrigação cobrar posições sérias do parlamentar. Cargo eletivo não é profissão como pesam alguns. Esse final de ano é um dos momentos mais propícios para uma avaliação do mandato dos nossos vereadores, principalmente os de oposição já que se inicia um novo ano e ao mesmo tempo uma nova legislatura. Porque esses vereadores não fazem isso? Abram seus mandatos para que seus eleitores possam opinar, criticar, propor, questionar, etc. As votações na Câmara nesse início de mandato e de grande importância para definir posições, e isso tem que ser colocado em discussão com o eleitor que é o maior interessado, só assim poderemos tentar mais uma vez construir uma alternativa de governo para Uibaí em 2008. Não tenham medo, encarem esse primeiro desafio, e comecem seu próximo mandato preocupados em colaborar para construir uma sociedade mais justa que é o papel de todo cidadão.
Rui Oliveira Machado

“QUEM SABE FAZ A HORA”

Temos certeza que a reabertura da antiga Voz do Povo depois desse belo trabalho de restauração será um grande sucesso. O povo de Uibaí merece, já que o poder público local não tem uma visão da importância da preservação do patrimônio cultural de uma comunidade. Felizmente ainda existem pessoas preocupadas com a preservação de nossas raízes. Parabéns a todos que contribuíram para a consecução dessa grande obra. A redação.

BOCA DO CEU 13


Ano IV setembro - edição extra -eleições/2004


APRENDENDO A CADA ELEIÇÃO

Infelizmente não deu. A luta foi muito grande por parte de mais de 49% da população de Uibaí, mas infelizmente não deu. O que será que está faltando? O povo estava mobilizado, as pesquisas apontavam para nossa vitória, os ventos sopravam em nossa direção, até os mais pessimistas apostavam na Frente de Libertação e Reconstrução de Uibaí. O que aconteceu? Essa pergunta não quer calar. Foi a compra de eleitores apontada para as abstenções que somaram mais de 250? Foram eleitores que não souberam votar apontados para os votos nulos que somaram mais de 400? Foi o recadastramento eleitoral que diminuiu a frente apontada para a sede do Município? Foram problemas na avaliação ou na condução da campanha? Não podemos afirmar o que foi, mas com certeza todos esses questionamentos contribuíram para esse resultado. Estou triste com esse resultado, como todos que depositaram seus votos na Frente, mas não podemos ficar desiludidos. Vou dizer porque: Em uma das campanhas para prefeito de Uibaí, uma das primeiras que o PT participou, o ano era 1996, o candidato a prefeito era Dr. Tarcísio e o vice era Joãozinho, fizemos um dos poucos comícios na Praça Velha, em frente ao bar que hoje pertence a Neto Veio. O comício foi feito em cima de um caminhão, e as camisetas eram pintadas no bar de Hilton que improvisou ali naquele momento uma “tela” com o nome do nosso candidato. O comício teve por volta de 80 a 100 pessoas, foi um sucesso e estávamos conscientes do início de uma grande e árdua caminhada. Lutamos esses primeiros quatro anos para construir uma oposição em Uibaí e conseguimos. Fomos para as eleições de 2000 com uma Frente de oposição consolidada e bem estruturada, composta pelos partidos: PT, PCdoB, PSB e PDT tendo como candidato a prefeito Pedro Rocha e como vice Pepe. O sucesso foi imenso, os comícios eram lotados, as carreatas para os povoados foram inauguradas, e o povão aderiu em massa, surgiu então a “Pataiada” apelido dado aos eleitores de Pedro Rocha. Não conseguimos conquistar a prefeitura, mas conquistamos o povo de Uibaí, e não abaixamos a cabeça, pelo contrario, a força e a disposição tomou conta do povo, e o trabalho continuou. De 2001 até essa última eleição no dia 03/10/04, a “Pataiada” “caiu em campo” exigindo mudanças e apostando mais uma vez em Pedro Rocha e Pepe, que atendendo heroicamente esse chamado continuaram na luta com ânimos redobrados, como se a batalha estivesse começando. A campanha foi linda. Está marcada na história de Uibaí. E tenho certeza que esses 8 anos de “administração” de Birinha junto com esses 4 de Raul, serão esquecidos, mas a força e a garra da “Pataiada” virou história e será contada em verso e prosa por muito tempo. Ou melhor, essa história ainda está sendo contada, pois PATO e diferente de GATO: temos mais de SETE VIDAS, e os próximos quatro anos estaremos na luta sempre com a vontade de construir não só Uibaí, mas um mundo mais justo onde as diferenças sejam tratadas com respeito, onde a fome não seja usada como arma para alcançar o poder, onde o Capital não sobreponha ao Racional. Rui Oliveira Machado

O SABIDO.

Gostaria profundamente de saber de que lado o “intelectual” Alan Oliveira Machado está. “O mais Sabido dos filhos de Uibaí”, (ele se acha), não consegue contribuir, pois, as pessoas que pensam em construir uma sociedade mais justa, em fazer de Uibaí uma cidade referencial onde o povo seja feliz, onde as instituições públicas funcionem em favor do povo, para o Sabido, são todas corrúptas, incompetentes e burras. Ele é quem sabe, pois, só ele estudou e estuda, assim, entende mais que os outros, principalmente, de organização de movimentos sociais e projetos de administração pública municipal. Vejamos: Não admite as posições políticas de Edmário e critica-o constantemente; Pedro Rocha não presta, pois, é empresário, Vilmar não presta, pois, vem da elite de Uibaí juntamente com Pepê; Rui não presta pois é fantoche e sem personalidade um ventríloquo; Doris é comparada a Dorival, ou seja, mafiosa; Joãozinho é filho de Miro, só isso basta para ser errado juntamente com Armênia; Celito não tem capacidade de discussão; Gilson não presta, é parasita . Pronto. Esses representam o atrasado dentro de Uibaí, são os culpados por todos os fracassos existente na oposição. O certo mesmo é o Sabido. Vejamos: o mesmo nunca militou em partido algum, nunca participou de qualquer tipo de movimento social, nem mesmo o estudantil. Não se tem registro de algum movimento de grande porte que o mesmo tenha participado efetivamente dentro de Uibaí, nem mesmo as Semanas de Arte, estando sempre atrapalhando mais do que ajudando. É o mentor intelectual do Boca do Inferno, informativo interessante, mas as matérias que questionam as pessoas, infelizmente não são assinadas. Acredito que seja Ordem do Sabido. Então, companheiros e conterrâneos, enquanto, os não intelectuais que somos nós estamos na maneira do possível tentando mudar os rumos de Uibaí, alguns colocando em risco a própria vida juntamente com suas famílias, Sabido está lá no Goiás “teorizando, fazendo palestras, formando pessoas”. Afinal, o Sabido e um Intelectual, só precisa ir visitar Uibaí para fazer sua crítica e massagear seu alto ego. Rui Oliveira Machado

PS. Não sou adepto desse tipo de discussão e acredito também que não e a forma mais acertada de contribuir para o fortalecimento da oposição em nosso Município. Mas ninguém pode se definir como o dono da verdade.


*AÇÃO POPULAR SOCIALISTAA nova tendência de esquerda do PT.

Com o objetivo de ampliar a atuação da esquerda no interior do PT e nos movimentos sociais, foi criada a tendência Ação Popular Socialista (APS), em encontro nacional realizado em Brasília no período de 11 a 13 de junho. Parlamentares federais e estaduais, vereadores, dirigentes do PT e de sindicatos, lideranças de movimentos populares, dirigentes da juventude petista e do movimento estudantil estiveram presentes ao encontro, representado os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas e Roraima. A ação Popular Socialista surge da unificação da Força Socialista com integrantes do Coletivo Socialista do Nordeste (Pernambuco, Alagoas e Paraíba) e dos agrupamentos “A Estrela é o PT”, do Maranhão, “Os Sonhos não Envelhecem”, do Paraná, “ PT de Cara Própria”, de Alagoas, “ PT Jovem” , da Bahia e do “Coletivo Socialista do Pará”.
Os representantes das tendências e agrupamentos regionais que deram origem à nova corrente do PT debateram e aprovaram resoluções sobre o momento político e um balanço dos 18 meses do governo Lula. A APS nasce, portanto, como uma corrente socialista no interior do PT, defendendo as propostas históricas que deram origem ao Partido. No encontro de Brasília foi eleita a Direção Nacional da APS, constituída por dirigentes representativos dos mais diversos movimentos, como a deputada Maninha (DF) e o deputado Ivan Valente (SP), o prefeito de Belém do Pará , Edmilson Rodrigues, os deputados estaduais Brice Bragato (ES), Araceli Lemos (PA), Afrânio Bopré (SC) e Rodolfe Rodrigues (AP). Integraram ainda a Direção da APS vários
dirigentes do PT, da CUT e do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, como Jorge Almeida (Executiva Nacional do PT), Toninho (Secretário Geral do PT/DF), Luís Araújo PT (PA), Lujan (Executiva Nacional da CUT), Renato Carvalho, Robson Brandão e Waldenir Agostinho (direção do MTL), entre outros.
*Publicação do mandato da Deputada Federal Maninha.

BOCA DO CEU 12

Ano IV Agosto - edição extra -eleições/2004

ESTÁ CHEGANDO A HORA!

O dia três de outubro está próximo. A maioria dos eleitores já escolheu seus candidatos, mas, existe ainda um grande número que não o fez e que se classifica de duas maneiras: 1ª- são eleitores que acreditam que qualquer um que for eleito “ta de bom tamanho” já que o mesmo não mudará em nada suas vidas. 2ª- são eleitores que estão indecisos, principalmente em relação aos candidatos a prefeito: Pedro Rocha e Raul Machado.
Com relação aos da primeira classificação, proponho que leiam o texto que vai mais adiante, O ANALFABETO POLÍTICO, de Bertold Brecht, que com certeza possibilitará uma melhor reflexão em cima do valor do voto em um processo eleitoral, principalmente em Uibaí.
Com relação aos da segunda classificação, uma análise superficial da atual administração de Uibaí daria para tirar da indecisão qualquer eleitor com o mínimo de tino político. Vejamos os candidatos:
Pedro Rocha, Engenheiro Sanitarista, candidato pela segunda vez em Uibaí, filiado ao Partido dosTrabalhadores, que compõe a Frente de Libertação e Reconstrução de Uibaí, coligação que envolve os partidos: PcdoB, PDT, PV e PMDB.
Raul Machado, Médico, candidato pela primeira vez em Uibaí, filiado ao PFL, em uma coligação que envolve os partidos: PP, PL e PTB.
O candidato da oposição, qualquer que fosse, nesse caso Pedro Rocha, iria trabalhar sua candidatura nas falhas da administração anterior, que não são poucas: sucateamento da educação, da saúde pública, da economia como um todo, abandono da sede do município e dos seus povoados, péssima aplicação dos recursos públicos, nepotismo, entre outras. Que são questões fundamentais para qualquer administração.
O candidato da situação, qualquer que fosse, nesse caso Raul Machado, a princípio deveria elogiar a atual administração. Mas, como fazer tal coisa olhando para Uibaí? Como falar bem de alguns indicadores de desenvolvimento, como por exemplo: educação, saúde, recursos públicos, transparência administrativa, etc. Isso complica a vida de qualquer candidato, pois esses temas que infelizmente não foram tratados como deveria, são a espinha dorsal de qualquer plano de governo. Por isso fique ligado. Os campos políticos estão bem definidos, só depende de você. Rui Oliveira Machado.

O ANALFABETO POLÍTICO
BertoldBrecht

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

ENFIM LEMBRARAM-SE DE MIM!

Andava preocupado com um dos colaboradores do Boca do Inferno. Esse “conterrâneo” fala coisas horríveis de algumas pessoas, que ele acredita não agirem “politicamente correto”. Não concordava com essa posição mas, não podia fazer nada, já que o mesmo nunca tinha escrito uma palavra a meu respeito. Porém, como tudo tem seu tempo, chegou minha vez. vamos então à última: na linha do chamado desespero raivoso, ou seja; o “conterrâneo” precisa achar alguém para derramar sua cólera, afinal, não precisa se preocupar, não assume o que escreve mesmo, se a coisa um dia apertar, os responsáveis serão os integrantes do Grupo Teatro e Vida organizadores do informativo. Assim, o caro conterrâneo, baseado em que observações eu não sei chama-me de fantoche, ventríloquo e sem personalidade. Gostaria de discutir esses adjetivos que o conterrâneo me intitula, para em cima de seus argumentos, se forem convincentes procurar me corrigir dos mesmos. Infelizmente não sei o nome do conterrâneo que por ter muita personalidade não assinou o que escreveu, e ainda por cima compromete alguns conterrâneos que quando adolescentes criaram o Grupo Teatro e Vida que muito contribuiu para a cultura de Uibaí. Apresente-se. A imprensa é livre de censura. Não tem porque se esconder. (A não ser que seja proibido assinar a seção infernal ou os editores lhe obrigue a não se identificar, coisa que particularmente não quero acreditar). Assim poderemos na discussão construir alguma coisa útil e real para nossa cidade e para o Brasil. Não tenha medo você vai conseguir, você é inteligente o bastante para não se esconda atras do anonimato que é a arma preferida dos covardes.
Rui Oliveira Machado

O PODER E OS SEUS ÓRFÃOS

Muito provavelmente a chapa da Frente de Libertação e Reconstrução de Uibaí, encabeçada por Pedro Rocha, vencerá as eleições municipais e aí, neste ponto, especificamente, entra o quadro da reestruturação das relações de poder no município. A eleição se aproxima e vai delineando um quadro bastante catastrófico para os beneficiários do poder.
O poder constituído, nas duas últimas gestões do prefeito Ubiraci Levi, foi utilizado da
forma mais inescrupulosa para enriquecimento pessoal e familiar e a possibilidade real e crescente de derrota no pleito eleitoral que se anuncia faz abrir a perspectiva da orfandade do poder.
Poder-se-ia inquirir __ “e agora, José? A festa acabou”, a fonte secou, o bezerro desmamou........”e agora, José?”
O poder escorre como a água que se tenta prender pelas-mãos/nas-mãos e não se quer deixar escapar, mas ele escorre. E este poder deixará muitos órfãos; como poderão viver os puxa-sacos de plantão, os beneficiários do nepotismo na prefeitura de Uibaí?
Os beneficiários do poder, tornar-se-ão órfãos do poder. Como viverão, agora, os “trabalhadores” que sempre estiveram à sombra do poder? Tornar-se-ão novos-puxa-sacos ou o dinheiro que receberam ilegalmente pelos PUXÕES fê-los ricos e não precisam mais puxar ou, então, começarão felizmente a trabalhar e serão, a partir de hoje em diante, trabalhadores e verão como é duro ganhar o pão de cada dia com o suor do rosto; contanto, eles nunca trabalharam e existe a possibilidade real de virem a passar fome; especializaram-se em não fazer nada e nada sabem fazer, exceto, cometer irregularidades e ilegalidades que o atual poder constituído acoberta e faz loas.
A perspectiva da orfandade em muitos já começa a causar duras reflexões e AGORA????????? E aGOrA??????? JOSÉ, E AGOra?????????????? A vaca azul fará muita falta para as famílias que vivem, poR enQuanto, e viveram, até agora e não mais, das benesses/facilidades do poder, ilegais como é de praxe da prática política de certo grupo político que bem se poderia categorizá-lo por horda.
O bem estar de uns poucos está ligado à “desgraça” da maioria do povo de Uibaí que vive sem acesso à educação, sem assistência estudantil, sem saúde, sem saneamento, sem infra-estrutura básica de estradas e logradouros, sem lazer... sem esportes... sem moradia... sem alimentação... com insegurança...!!!!!
Savigny Machado.