segunda-feira, 16 de abril de 2007

BOCA DO CEU 22

O DISCURSO DE COLLOR

O discurso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje Senador da República, foi marcado por muito choro. Vejamos: o “coitadinho” estava arrependido de ter confiscado as poupanças, de ter afrontado o Congresso Nacional, de ser arrogante, de ter sido um dos piores presidentes eleito democraticamente, etc. Pronto. Já foi perdoado. Seus colegas de parlamento teceram fartos elogios ao novo homem público que surge depois de um período metamorfoseando.

Esse “perdão,” gostaria de lembrar, foi dado pelo povo alagoano, e por grande maioria do parlamento (Congresso Nacional), mas o povo brasileiro em sua grande maioria, não esqueceu e jamais esquecerão um dos períodos mais truculentos da nossa história. Alias para o primeiro presidente eleito por voto direto, depois de vinte anos de ditadura militar, fazer o que ele fez, não vai ser um chorinho que conseguirá redimi-lo.

Felizmente ainda temos no parlamento alguns poucos cidadãos com vergonha na cara, a exemplo do Senador Pedro Simon, o único que fez o ex-presidente Fernando Collor de Mello relembrar os atos de corrupção ocorridos no seu governo que o levaram a ser expulso do Palácio do Planalto. Pelo menos um, no meio de tantos “combativos parlamentares,” teve coragem.

PS. Nem tudo está perdido. Rui Oliveira Machado

* A FORMOSA QUE FOI E A QUE É

Seu moço vá na Formosa
Que é pra tu se alembrá
Onde a gente dava prosa
Ali nos pé de Juá
Bem pertinho da casinha
Você se alembra que tinha
No terreiro de Naninha
Muito caroço de ingá?

Você subia um tiquim
Tinha mata de angelim
Fazendo sombra no poço
Pois se tu for lá seu moço
Nada mais tu tem que vê
É duro de recordar
Teu coração vai doer
Tu é capaz de chorar.

Cortaro toda a madeira
Rancaro os pé de ingasera
Derrubaro os jatobá
Desbarataro a pedreira
Nem os pé de gameleira
De perto da cachoeira
Que da sombra a vida inteira
Não deixaro sem cortar.

Tu lembra daquele poço
Que a gente tomava banho?
Água dava no pescoço
Traíra desse tamanho
O riacho já morreu
Pra tu que já conheceu
E ama lá como eu
Acho tudo muito estranho.


Tu conhece e eu conheço
Tudo ali na região
Vou morrer e não esqueço
Parece que não mereço
Ver o fim desse regresso
É o avesso do progresso
Meu amigo eu te confesso
Acabou-se o buqueirão.

Não tem mais a muierada
Que à fonte dava a vida
Tanta gente divertida
Percorria aquela estrada
Todo dia à madrugada
Cumeçava o movimento
Só era contentamento
Deste povo camarada.

Se ia pur dento do brejo
Até no poço do Serjo
Tu lembra que também tinha
O poço da camarinha
Frio igual a picolé?
A gente se lembra e sente
Aquele cheiro incelente
Dos perfume das muié.

O nosso povo e católico
Mas um ato diabólico
Já viro realizá
Os mandantes desta terra
Vendero e cercaro a serra
Pesou a mão poderosa
E os donos da Formosa
Tivero que retira.

  • do Livro : Versos de um caboclo, de Jeová Caboclo.

Preocupações dos Parlamentares na Câmara dos Deputados:

  1. Aumento dos seus próprios salários;
  2. Aumento do salário do Presidente e dos Ministros;
  3. * O Chapéu de Couro do Deputado Bahiano Edgar Mão Branca.




NASCE UMA ESTRELA , MORRE A ESQUERDA!

Era final da década de 70 e ainda acreditávamos que, apesar da ditadura, a resistência seria a construção de um novo modelo de democracia brasileira ; começávamos a organizar e discutir partidos e engajarmo-nos (para usar bem o termo da época), naqueles que ideologicamente pensava a sociedade que pretendíamos.

Assim nasceu o Partido dos Trabalhadores/ PT- diferenciado dos demais por ampliar o conceito de Trabalho X Trabalhismo.

Usando como insígnia a estrela, brilhou toda a década de 80 e 90 com a disposição e determinação de seus militantes na missão de divulgar o programa, discutir as propostas mobilizar pessoas, instituições, estudantes apoiar movimentos originados nas diversas categorias sociais, urbanas e rurais. . Configurava-se enfim uma nova tendência para a esquerda brasileira ou............. seria velha?
Conseguimos, quase vinte anos depois da primeira disputa presidencial nas urnas, e mais duas derrotas , a vitória !!!!!!!!!
Em 2002 a esperança venceu o medo, PT na presidência do Brasil!
Dava-se início à grande arrancada, pelo menos assim esperávamos, para as mudanças e reformas do país sem recorrer ao populismo, a estima brasileira, principalmente daqueles que propunham ações voltadas para redução das desigualdades sociais estava em alta; vislumbrava-se o fim das jogadas corruptivas dos politicos desonestos, dos acordos de gabinete das compras de votos.
È claro que em quatro anos é impossível realizar as demandas preconizadas na campanha; mas também em quatro anos, praticar atos que desconstroem o que seria a marca do partido! Escândalos semelhantes aos mandatos anteriores, com protagonistas, antes combativos ferrenhos, hoje promotores e beneficiários! Entramos no segundo mandato e já não vislumbramos mais atitudes que marquem o diferencial de um partido que se pretendia configurar como a esquerda brasileira contemporânea, com a maioria de seus filiados “históricos” fora, e comprometidos com outras alternativas que surgem.
Yara de Senna Amado, socióloga e trabalhadora do IPHAN

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