segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BOCA DO CEU 28


Ano VIII/Jul/Ago/Set/2008

PELEJA DO VOTO

Seu Totonho e Zabelê

TOTONHO: É muié, as inleição tão aí, já temo que votá dinovo. O tempo passa e a gente num vê. Faz quatro ano que cumpade andou aqui pidindo o voto. Não veio mais, mas me disse que pra sumana dá um pulo aqui pro butá a bença em Filemon. O menino nem conhece o padim. É assim mesmo, pulítico só vévê ocupado, trabaia muito. Esse ano vamo votá dinovo nele, num é muié?

ZABELÊ: Di minha parte sei que não, home que passa esse tempo todo sem visitar us cumpadre não merece simpatia. Vó votar pro outro lado.

TOTONHO: Tá danado, nú tempo de meu pai a muié era obrigado a acompanhá o home em tudo, não sei nem se naquele tempo elas podia votá, o mundo tá virado mesmo. Pronto, pra num ter briga, vamo fazer o seguinte trato: eu voto nú cumpade e ocê vota em quem ocê quiser, certo?

ZABELÊ: Certo.

TOTONHO: Assim é mió, ninguém precisa saber de nada, nois bota o retrato dos dois aí na parede e repete a mesma prosa pra cada canidato que aparecê, inclusive nosso cumpadre, assim nois de qualquer jeito ganha o voto.

ZABELÊ: E prô veriador? Como nois vai fazer home de Deus?

TOTONHO: Prô veriador nois vende. Zé Galego mi falou que tem uns que paga até 50 real dependendo de quantos voto tenha. Aqui em casa é três: eu, ocê e Filizberta, que esse ano já vota. Zé galego disse que ele paga adiantado a uma pessoa cumo eu, basta dá a palavra e tá feito o acordo. É verdade, eu falando tá falado. Com os 50 real, compro aquela cabra de Tonho Buxada pra fazer um casá com o bode que cumpade deu a Filemon na inleição passada, e com o que sobrá compro uma galinha prá daqui prô fim de ano deitar e tirar uns pinto. Eta, não vejo a hora de chegá logo o dia da inleição. Era bom que inleição fosse todo ano, era ligero que nois fazia um chiquero cheio de bode e cabra. Pena que é só de tempo em tempo, nem sei quanto tempo demora pra ter inleição. Ocê sabe muiê?

ZABELÊ: Eu? Se ocê que já é quase dotô num sabe, magina eu! Agora tem um probrema home: tenho reparado em Filizberta e essa minina anda de ôio caído prum canidato aí.

TOTONHO: Quem criatura?

ZABELÊ: Aquele fio do dotô Aderbal.

TOTONHO: Mas aquilo e um treitero, um ordinário, um capadoço só que aproveitá das coitadas. Será que essa minina não toma termo. Assim que ela chegá da cacimba vô ter uma proza com ela.

ZABELÊ: Vê se num vai bater na minina home, ela já tá uma mocinha e fica feio.

TOTONHO: Feio e nois perde a cabra e a galinha, se ela não acompanhá nois no voto. O voto do prefeito eu não faço questão não, mais do veriador que eu quero vendê! Ela vai ter que acompanhá nois, custe o que custá. Onde já se viu. O mundo tá perdido mesmo, uma minina já moça cum 16 ano ainda não intende nada de pulítica! Também as iscola de hoje num insina nada mesmo, era mio que fosse minino home. É mais sabido, vê Filemon? Queria que eu vendesse o voto até pro padim dele. Êta minino esperto....

Rui Oliveira Machado.

UMBU

As recentes preocupações de alguns conterrâneos com a preservação do meio ambiente, direcionadas para a nossa região, fez-me escrever esse texto. Com o intuito de tentar preservar o que ainda resta das nossas serras e suas aguadas, nossos animais, etc., estão adquirindo terras em áreas estratégicas para fazer um trabalho de reflorestamento e recuperação das mesmas. É um trabalho de formiguinha que em longo prazo ajuda muito e pode até educar alguns conterrâneos que ainda não compreendem a importância da preservação. Seria, também, interessante se esse trabalho fosse feito através de uma parceria com a UMBU. Essa associação foi fundada justamente para fazer o trabalho de conscientização junto a população, sobre a importância de preservar o meio ambiente. No início houve algumas campanhas, como a limpeza e a coleta de entulho na Fonte Grande, na Barragem, distribuição de mudas etc,. O tempo passou e a UMBU não decolou, vários motivos. O que se faz necessário, não inviabilizando o que está sendo feito, é a revitalização da UMBU. Com sua retomada, pode-se apresentar projetos de reflorestamento, como o já apresentado voltado para o reflorestamento do boqueirão, e praticamente aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente, segundo as últimas informações, necessitando apenas de alguns ajustes. Essa ONG, é o elo de ligação entre o município e os órgãos que cuida do meio ambiente. Não sei como esta hoje a UMBU, quem são os componentes de sua atual diretoria, quando serão as próximas eleições, se está atuando em alguma área, etc. São informações que poderiam ser passadas através da criação de um Blog, (não sei se já existe algum), assim seria mais fácil contribuir.

Sei das dificuldades para dirigir uma instituição como a UMBU que não tem como gerar recursos para se manter. Sugiro que esses conterrâneos que estão tomando essa iniciativa, procurem os representantes da UMBU, com o intuito de se realizar um encontro, de preferência no final do ano, para tratarmos de questões referente ao meio ambiente em nosso município, como também retomarmos a questão da UMBU.

Assim, acredito que poderíamos planejar ações envolvendo uma instituição que assumiria os trabalhos, dando maior visibilidade e envolvendo outros agentes que poderiam contribuir, a exemplo do poder público municipal. Rui Oliveira Machado

visite-nos: mocobeu.blogspot

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