segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BOCA DO CEU 30

BOCA DO CÉU,INFORMATIVO POÍTICO/CULTURAL



Ano IX/Jan/Fev/Mar/2009

SOCIALISMO

O que houve com os ideais socialistas de uma geração de trabalhadores nascidos no final dos anos 50 e início dos anos 60 em nosso país? Período de grande militância, quando da “abertura política” após a queda do regime Militar; essa geração que na época estava por volta dos vinte anos de idade, encantada com as grandes lideranças que reapareciam do exílio para junto com muitos outros intelectuais falar de uma sociedade mais justa sem exploradores nem explorados, onde o homem podia viver dignamente sem a ameaça da usura e do lucro imposto através da exploração dos mais “fracos”. A criação do Partido dos Trabalhadores, (PT) da Central Única dos Trabalhadores, (CUT), dentre outros instrumentos, que dariam sustentação na organização da luta por uma sociedade mais igualitária estava em plena ascensão. O país borbulhava. O movimento sindical tomava corpo e os trabalhadores se organizavam: passeatas, comícios, manifestações sociais em diversos setores, etc., era o caminho para chegar ao poder pelas mãos do povo e iniciar a socialização do país.

Após anos de muitas lutas chegou-se ao poder. Um governo formado em sua grande maioria por cidadãos que eram nossas referências enquanto defensores do socialismo. A nata da esquerda organizada, cidadãos criados e trabalhados dentro de uma ideologia socialista com experiência acumulada na estruturação e organização dos mais importantes movimentos sociais reivindicatórios de nossa história e que

jamais passaria por suas cabeças o poder pelo poder.

Trinta anos já se passaram de “abertura política”. O país diferencia-se a cada governo que assume e envereda por um caminho nunca sonhado por essa geração de militantes “socialistas”: o primeiro governo civil após o regime militar o Sr. José Sarney, foi criado dentro do próprio regime; Collor/Itamar, foi o fracasso assistido por todos; o país governado por FHC, em seu primeiro mandato, foi diferente dos anteriores em sua “administração”, como também foi diferente do seu segundo mandato. o país governado por Lula em seu primeiro mandato foi diferente dos anteriores em sua “administração”, e seu segundo mandato também está sendo diferente do primeiro. Todos esses governos avançaram em relação aos governos militares, todos fizeram investimentos nas áreas sociais, o mínimo que lhes garantissem fazer seu sucessor ou mesmo reeleger-se. São táticas camaleônicas, mudanças superficiais aplicadas em determinados momentos com um fim pré-estabelecido. Todos esses governos, e os próximos que vierem dentro desse modelo capitalista, terão algumas diferenças na forma de “administrar” o país, mas as intenções e os projetos são todos de caráter restrito beneficiando sempre uma minoria que comanda esse país há centenas de anos. Essa avaliação pode ser feita, também, em nível internacional. Os problemas enfrentados nos países subdesenvolvidos são os mesmos em qualquer continente. Na América Latina, onde estamos inseridos, a violência urbana é latente, a corrupção envolvendo o patrimônio público é uma constante, a exclusão social não se diferencia, e a política adotada é a mesma: os lucros são abocanhados por uma minoria privilegiada e os prejuízos socializados com a classe trabalhadora, ou seja, a maioria marginalizada. Capitalismo e isso. Pequenas ilhas de prazeres, cercadas por bolsões de miséria. Felizmente tudo tem limite: esses bolsões começam a ficar inquietos. Os índices de criminalidade aumentam a cada dia. A violência não escolhe classe social: é o desespero tomando conta do povo oprimido. O Brasil está em guerra civil constante nessas últimas décadas e o povo, não demora a descobrir com quem e contra quem deve lutar na construção de uma sociedade mais justa. Sempre foi assim. As grandes revoluções com mudanças estruturais profundas só se viabilizaram, infelizmente, com a luta armada. Mudanças estruturais pacíficas, não existem, sistema capitalista moderno, avançado, etc., muito menos. Capitalismo é explorador e explorado em qualquer lugar do mundo.

Mas, e os ideais socialistas tão defendidos por essa geração? Segundo alguns “companheiros” esse negócio de ideologia não cabe mais. Acreditam que existem várias formas de Capitalismo e que o Brasil tem tudo para implementar um dos mais avançados modelos, inclusive com inclusão social. Defendem os programas sociais existentes: bolsa família, bolsa escola, cotas, etc., como sendo a solução mais viável para a concretização de uma sociedade mais justa. É, realmente, o “poder tem seus encantos”, conseguiu aniquilar de vez toda uma geração de cidadãos empenhados de corpo e alma na construção de um pais socialista, apenas com alguns poucos anos no “poder”, poder esse dividido humildemente com seus algozes de um passado recente.

ARRUMANDO A CASA

Passaram-se três meses de uma nova administração em nosso município. Sei que ainda é muito pouco tempo para se fazer uma avaliação, mas acredito que devemos acompanhar de perto essa administração que veio com uma proposta significativa de mudança no trato com o dinheiro público, como também ações voltadas para as questões de cunho social mais urgente. Penso que está faltando nesse final de trimestre uma apresentação por parte da prefeitura da situação em que as diversas secretarias existentes na administração passada foram encontradas: saúde, educação, cultura/esporte, finanças, planejamento, etc., o cidadão precisa saber e é também uma forma da atual administração ter uma radiografia do momento em que assumiram. Segundo fontes não oficiais as Secretarias de Saúde, Educação, Finanças, Administração, etc., estavam completamente sucateadas.

Hoje algumas secretarias como a de Educação, de Saúde, de Finanças, secretarias que a população está mais atenta, por estarem mais diretamente em contato, já apresentam alguns resultados: levantamentos foram feitos na Secretaria de Educação no que diz respeito aos imóveis utilizados como escolas nos diversos povoados. Infelizmente em sua grade maioria estão abandonadas e sucateadas, inviabilizando o início das atividades escolares em algumas, por necessitarem de reforma geral. O Hospital Municipal foi encontrado entregue às moscas, hoje pode ser utilizado pela população local, com a presença de um bom quadro de recursos humanos. Os Postos de Atendimento já foram, em grande parte, reativados; a Secretaria de Finanças vem executando um levantamento criterioso, detectando as diversas irregularidades encontradas na utilização do dinheiro público, para as devidas providências. A limpeza e coleta de lixo estão sendo realizadas diariamente na cidade e nos povoados.

Tudo isso que está acontecendo em nosso município é obrigação do poder público. Ainda é muito pouco, mas já é um começa. A cobrança se faz necessária, a todo o momento. Devemos sim, reconhecer as dificuldades encontradas, mas nosso município tem todas as credenciais para ser uma referência de administração nessa região. Temos, acredito que pela primeira vez á frente de nosso município, em sua esmagadora maioria, cidadãos sérios e com disposição de contribuir para a melhoria de nossa cidade.

Mas não devemos abrir a guarda. Sabemos que uma laranja podre no meio de uma carrada pode levar a carga ao lixo. Assim, se em algum momento os interesses coletivos forem deixados em prol dos individuais, devemos estar prontos para denunciar e cobrar. Como diz o ditado: “o mesmo pau que dá em Chico, dá em Francisco”.

Rui Oliveira Machado.

UM “PAC” COM DILMA

Cordel de Miguelzinho de Princesa, direto do Cariri.

I-

Quando vi Dilma Roussef

Sair na televisão

Com o rosto renovado

Após uma operação

Senti que o poder transforma:

Avestruz vira pavão.

II-

Repente ela virou

Namorada do Brasil:

Os políticos, quando a vêem

Começam a soltar psiu

Pensando em 2010

E em bilhões que ela pariu.

III-

A mulher que era emburrada

Anda agora sorridente

Acenando para o povo

Alegre mostrando o dente

E os baba-ovos gritando:

È Dilma pra presidente!

IV-

Mas eu sei o que o olho grande

Está mesmo e nos bilhões

Que Lula botou no PAC

Pensando nas eleições

E mandou Dilma gastar

Sobretudo nos grotões.

V-

Senadores garanhões

Sedutores de donzelas

E deputados gulosos

Caçadores de gazelas

Enjoaram das modelos

Só querem casar com ela.

VI-

Também quero uma lasquinha,

Um pedaço de poder,

Quero olhar nos olhos dela

E, ternamente, dizer

Que mais bonita que ela

Mulher nenhuma há de ser.

VII-

Eu vi um deputado

Dizendo no Cariri

Que Dilma e linda e charmosa,

Igual não existe aqui,

E é capaz de ser mais bela

Que a Angelina Jolie.

VIII-

Diz que pisa devagar,

Que tem jeito angelical

Nunca gritou com ninguém

Nem fez assédio moral,

Nem correu atrás de gente

Com um pedaço de pau.

IX-

Dilma superpoderosa:

8 bilhões pra gastar

Do jeito que ela quiser

Da forma que ela mandar!

(Sem contar com o milhão

Do cofre do Adhemar).

X-

Estou com ela e não abro:

Viro abridor de cancela

Topo matar jararaca

Apago fogo em goela

Para no ano vindouro

Fazer um PAC com ela.

BABA NA ACCU

Os velhos contra os novos

Os novos contra os velhos

Com essa idade toda

Pode dar um revertério.

Os mais novos empolgados

Querendo mostrar potência

Os mais velhos lembram logo

Da sua eterna impotência.

Com um sol de meio dia

E com o céu toda azul

A boca e os beiços secos

Feito couro de cubú

Os mais velhos vão pedindo

Ao juiz atrapalhado

O fim dessa grande festa

Ocorrida no sertão

Com medo de mais tarde

Ter que importar caixão.

Quando o juiz apitou

Foi um alívio total

Mas para a tristeza de todos

Não tem água mineral

Água só na Formosa

Uma légua de distância

O jeito é tomar cerveja

E aumentar mais a pança

Pois não sei pra quê velho

Jogar bola com criança.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Boca do Ceu 26





Ano VII- Jan/Fev/Mar/2008

ELEIÇÕES SUCESSÓRIAS EM UIBAÍ.

Estive presente alguns dias atrás há uma reunião com alguns conterrâneos, para uma breve avaliação da situação sucessória em nosso município, avaliação que já havia feito de modo pessoal, aqui mesmo no BOCA DO CEU, mas que não houve muita diferença do que conversamos. Atualmente em nosso município temos como candidatos, (com disposição política para tal empreitada) Tarcisio Rocha e Délio Alencar. Candidatos esses oriundos do Partido dos Trabalhadores. Tem o atual prefeito que também é candidato a reeleição, e pode-se ter um candidato apoiado pelo Sr. Reinaldo Braga, o que seria na minha avaliação benéfico para o candidato que venha a sair da Frente de Libertação Reconstrução de Uibaí, hoje desfalcada do PCdoB. Vejamos: O candidato, qualquer que seja, de Reinaldo Braga dividiria votos com o atual prefeito, aumentando as chances da Frente. Os dois pré-candidatos da Frente, Tarcisio e Délio, não são bons de Urna quanto Pedro Rocha, candidato da Frente nas duas ultimas eleições, mas se Pedro Rocha conseguir transferir seus votos para um dos candidatos, pode-se ter uma disputa acirrada tal qual as duas anteriores, e com perspectiva de vitória. É necessário no entanto definir o candidato. São mínimas as possibilidade de surgimento de outros nomes nesse campo. Agora é analisar o que será “melhor para o município”, ou seja: seria vantajoso nesse momento diminuir a participação na Câmara, caso Tarcísio saia candidato? A transferência de votos de Pedro Rocha para Délio teria um percentual maior do que se fosse Tarcísio? Quem são os parceiros nessa nova empreitada, o PDT, o PSTU, o PV? Será que o PT estadual vai jogar peso nessa candidatura apoiando qualquer nome do partido, ou ficará isento? São questões que foram levantadas e que deveriam ser analisadas e discutidas o mais rápido possível. Acredito que Uibaí, terá seu nome de “oposição” para disputar essas eleições, como sempre teve, infelizmente não há como fazer uma discussão ideológica por dentro de um partido político, visto que não temos mais nenhum partido “Ideológico”, (pelo menos de expressão nacional) para discutirmos outras alternativas, mas, podemos abrir uma discussão, já levantada aqui no BOCA DO CEU que é a defesa do Voto Nulo, uma alternativa em curto prazo que podemos estar defendendo, como Cidadãos, pelo menos nessa próxima eleição para Prefeito e Vereador. Seria uma demonstração de indignação de pelo menos uma parte do povo de Uibaí, que serviria de referencial para um trabalho mais consistente na perspectiva de construção de uma verdadeira e séria política de administração municipal, com um viés direcionado para uma sociedade mais justa e igualitária.
Rui Oliveira Machado.

PS: Em Uibaí nas ultimas eleições tivemos 408 votos nulos e 68 em branco.

AFINAL, QUEM É O VILÃO?

2008, ano de eleições municipais, ocasião em que vamos ter a oportunidade de mudar o destino político de nossos municípios. Todos sabemos que o princípio que rege a lei eleitoral é o da representatividade, ou seja, é aquele que outorga ao eleitor condições para ter ciência plena da pessoa que o representará. Por isso é necessário que o candidato seja suficientemente conhecido e, para tal, se exige segura comprovação do seu domicílio eleitoral. A finalidade é permitir que o eleitor saiba em quem está votando, em quem reconhece condições de realizar o bem comum. Mas, na prática, será que isto ocorre? Penso que não, em grande parte. Parece-me que duas podem ser as hipóteses: ou o eleitor vota sem se preocupar em conhecer a vida anterior do candidato, os serviços que prestou e a potencialidade que tem de vir a prestar, ou se, mesmo sabendo que ele não merece o seu voto, nele vota, por interesse não do coletivo mas do individual, ou seja: vota para receber benesses, sem qualquer esperança de que aquele candidato venha a fazer algo pelo bem de sua cidade. E aí todos serão prejudicados.

Infelizmente, a segunda hipótese é que muitas das vezes vem prevalecendo e se reflete na frustração de todos, pois, se assim não fosse, como explicar que 159 prefeitos eleitos em 2004 tenham sido processados e condenados à cassação de seus mandatos até agosto de 2007? Diga-se mais, que 19 deles tiveram condenação confirmada no Tribunal Superior Eleitoral. Os motivos foram vários: compra ilegal de votos, troca por favores e indevido uso da máquina do poder, por vezes com abuso desse poder, que lhes foi outorgado pelo povo não para benefício próprio; e quantos outros mais que à toda hora os órgãos de comunicação estão a noticiar, vide cartão corporativo e bolsas de toda ordem. É fora de qualquer dúvida que lei temos, mas também dúvidas não há, que a lei eleitoral, assim como outras, em especial a penal, não é suficientemente forte para desencorajar os maus políticos, os que usam o poder que o povo lhes deu para se corromperem. E é justamente aí que a fraqueza da lei, somada à ausência de responsabilidade do eleitor, permite que políticos reconhecidamente incompetentes, reconhecidamente envolvidos em fatos ilícitos e em atitudes antiéticas em benefício de si próprios continuem a representar o povo. Como é possível aceitar que políticos em véspera de serem cassados, para não o serem, renunciam ao mandato que o povo lhes deu, e logo após se candidatam novamente? E o que é pior: são eleitos.
Como é possível continuar a se votar em políticos que, sem uma razão justificável, de uma hora para outra acumulam fortunas enormes que seguramente não foram obtidas com o salário que recebem?Não é possível que a punição que a lei eleitoral impõe seja apenas de multa e declaração de inelegibilidade por período ínfimo (3 anos) da data da eleição e não da condenação, na maioria dos casos, ocasionando que a eventual punição perca o seu caráter de inibir novos crimes contra o povo.
Parece até que os legisladores, que são políticos por princípio pois é deles o poder, fazem as leis para se protegerem, e por isso interesse não têm os parlamentares de mudar a legislação. Em poucas palavras, não querem mudar a norma porque são eles os destinatários dela.
E a ética, e a moral, e o sonho de uma cidade melhor, de um país melhor, onde é que ficam? Afinal o povo é vítima ou é autor, é o vilão ou é o herói?
A hora e a vez é do povo, único momento em que efetivamente somos todos iguais: valemos todos a mesma coisa, ou seja, um voto.Cabe a cada um de nós fazer um exame de consciência desde já, pois os nossos destinos estão nas mãos dos políticos que elegeremos. Perguntar-se-á: você votaria de novo no mesmo candidato em quem votou na última vez?
Teria ele correspondido efetivamente à sua esperança de vê-lo prestando relevantes serviços à sua comunidade?
É óbvio que a sociedade anseia por uma reforma eleitoral, por uma reforma política, mas para que isso aconteça é necessário ser mudada a mentalidade dos eleitores.
A hora e a vez é nossa, é do povo.
Afinal, quem é o vilão?
Desembargador Walter Felippe D’Agostino

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Boca do Ceu 25








Ano VI - Out/Nov/Dez/2007

DEFENDENDO O VOTO II

Nas últimas eleições Municipais de Uibaí, tivemos 68 votos em brancos e 408 votos nulos. Esse percentual de votos brancos e nulos chega a aproximadamente 6% do eleitorado do município. Com certeza esses eleitores hoje estão tão ou mais indignados quanto estavam no dia em que optaram por esse comportamento diante da urna. Nesse mesmo dia estava como esses eleitores, votando....... não em branco nem nulo, mas sim para prefeito e vereador. Após esses quase três anos de “trabalho” de nossos representantes, no município, no estado e no âmbito federal, estou certo que o voto nulo ou branco é uma primeira resposta que, no momento, podemos dar. Uma resposta a esses nossos “representantes”. Começar a mostrar aos mesmos que não se pode subestimar o povo, que o povo, de tanto apanhar chega ao limite. O Governo Federal, na pessoa do Presidente da República, tem a simpatia da maioria do nosso povo, principalmente da classe mais necessitada, devido aos programas sociais em curso, programas esses de caráter assistencialistas, que não estão obrigados a continuar, com o fim desse mandato. A nível municipal, as eleições estão colocadas. Próximo ano. E é nesse momento, tendo em vista o trabalho desenvolvido pelos nossos “representantes” na Prefeitura e na Câmara Municipal, que estamos propondo O VOTO NULO ou EM BRANCO como forma de protesto, acreditando que a indignação dos eleitores tenha aumentado. O objetivo é aumentar o número de votos nulos, ao ponto desse percentual ser maior que os de votos válidos. (Tarefa difícil e polemica, ou seja, usar de uma arma que sempre condenamos (VOTO NULO), para construir novos caminhos), isso, por falta de cidadãos sérios que queiram assumir um mandato eletivo. Assim, vai uma indagação para todos os eleitores do Município de Uibaí, para refletir e ajudar na definição de seu voto até as eleições: Pelo que fizeram e estão fazendo em prol do Povo e do Município de Uibaí, você repetiria seu voto no PREFEITO ou nos VEREADORES DE NOSSO MUNICÍPIO, sabendo que a maioria dos Vereadores, aí colocados, já está com mais de um mandato eletivo?
Gostaria de lembrar, também, que atualmente o salário de um Vereador de Uibaí é de aproximadamente R$ 2.000,00 multiplicados por quatro anos de mandato, incluindo aí o décimo terceiro salário, teremos 52 meses o que equivale a R$ 104.000,00 (Cento e quatro mil Reais), para desenvolver todo esse trabalho que vocês estão presenciando.
Se a resposta for sim, tudo bem. Mas se a resposta for não, vista essa camisa e defenda o VOTO NULO OU EM BRANCO, tanto faz. A proposta e abrir uma discussão em relação ao modelo de representação política e de representantes que queremos.
Rui Oiveira Machado


A DISILUSÃO COM A POLÍTICA

O déficit de quadros éticos, competentes, com visão republicana e experientes dispostos a ingressar na vida pública no Brasil, seja para ocupar cargos relevantes de livre provimento no Executivo, seja para disputar mandatos no legislativo ou no executivo, é preocupante. Se considerarmos que os problemas da pobreza e da desigualdade não têm solução fora da política, a situação se agrava ainda mais.
Quatro razões dificultam o recrutamento de quadros qualificados para a política. O primeiro e principal é o custo de imagem. O segundo é a desconfiança e o risco de futuros processos. O terceiro é o fato inconteste de que o governo paga mal. O quarto é que a imprensa só destaca os aspectos negativos.
Os custos de imagem e o medo de traumas por acusações infundadas afastam dos partidos e, principalmente, da administração pública quadros da academia, executivos do setor privado, empresários e sindicalistas, enfim, gente preparada e bem-intencionada que poderia contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas.
O rigor de controle interno, que assusta os ordenadores de despesas, combinado com a desconfiança generalizada em relação aos agentes públicos, que leva à invasão da vida privada, inclusive com a quebra de sigilos, é outro fator de desestímulo às pessoas que estão confortáveis em seus empregos ou empresas a deixá-los para ingressar na vida pública.
A remuneração no serviço público, especialmente para os cargos de alto escalão, é muito baixa comparativamente com os salários pagos no setor privado. A diária de um alto funcionário do governo não permite que ele se hospede e se alimente decentemente. Em tais condições, o exercício da função pública é um convite à corrupção.
A imprensa, que faz um trabalho fundamental para a democracia ao denunciar desvio de conduta e corrupção, não resiste à tentação sensacionalista e, em diversas situações, no afã de dar furos, tem execrado a reputação de pessoas decentes que se colocaram a serviço da administração pública. Ninguém recebe elogios

pelos acertos, mais invariavelmente ganha manchetes quando desconfiam que errou. É preciso distinguir entre os desonestos e as pessoas decentes, sob pena de criar um sentimento generalizado de que todos que vão ocupar cargos no serviço público são corruptos e desonestos.
Quando se analisam os nomes dos que se apresentaram para concorrer aos 1627 cargos em disputa em 2006 (1 de presidente, 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1059 deputados estaduais) fica evidente que a esmagadora maioria é de gente que já estava na vida pública, resultando numa mera circulação no poder, sem renovação real. O próximo presidente, assim como os governadores neste pleito, muito provavelmente terão enorme dificuldade em atrair bons quadros, salvo se houver mudança dessa cultura de que tudo que é público/estatal e ruim.

Antônio Augusto Queiros, diretor de Documentação do DIAP*
*Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

Que Fazer?

Ferreira Gullar

Você que mora no alheio,
que anda de lotação, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão
-que ainda espera desse mundo de injustiça e exploração?
Você que paga aluguel,
que pagará toda a vida a casa que não é sua,
que pode a qualquer momento ser posto no olho da rua
-que pode esperar da vida que deveria ser sua?

Que pode esperar da vida quem a compra à prestação?
Quem não tem outra saída:
-ser escravo ou ser ladrão?
Que pode esperar da vida que a recebe vendida por seu pai ao seu patrão?
Pro patrão você trabalha dia e noite sem parar.
Você queima a sua vida pra ele a vida gozar.
Você gasta a sua vida pra dele se prolongar.
Você dá duro, padece, você se esgota, adoece,
e quando, enfim, envelheceo que é ruim vai piorar.

Só então você percebe que tempo você perdeu.
Você vê que sua vida foi dura mas não valeu.
Você passou a seu filho o mundo que recebeu:
O mundo injusto e sem brilho que, de fato, nem foi seu,
que não será do seu filho se nele não se acendeu
o sentimento profundo que traz o homem pra luta
-luta que fará o mundo ser dele, ser meu, ser teu.

Por isso meu companheiro, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão,
Te aponto um novo caminho para tua salvação,
a salvação de teu filho e o filho do teu irmão:
Te aponto o caminho novo da nossa revolução.
Então verás que tua vida ganha nova dimensão,
que em vez de triste e perdida terá força e direção.
E cada homem da ruaVerás como teu irmão que,
sabendo ou não sabendo, procura a libertação.

Sentirás que o mar que bate na praia não bate em vão;
Que a flor que cresce no Meyer
não cresce no Meyer em vão;
Que o passarinho que canta não canta pra teu patrão;
Que a grama verde que cresce empurra a revolução.
O mundo ganhou sentido,
teu braço ganhou função.
A revolução floresce na minha, na tua mão,
que nada há mais que a detenha
-nem polícia nem bloqueio nem bomba nem"Lacerdão"
-que ela assobia no vento e marcha na multidão,
ilumina o firmamento,
gira na constelação porque já foi deflagrada no meu, no teu coração..

Eleiões em Uibaí

ELEIÇÕES EM UIBAÍ.

O processo eleitoral na cidade de Uibaí segue seu curso normal como a maioria das cidades do interior desse grande Brasil. Não vejo porque alguns estão preocupados com os rumos políticos do município. Vejamos: quem vota por dinheiro, continua votando. Em momento algum pensou em mudar. O grupo que apóia e apoiou o atual prefeito continua apoiando, não houve nenhum racha, por sinal ocorreu adesão (PC do B). Do lado opositor, ou seja, vereadores eleitos pela FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE UIBAÍ, votam cada um, como lhe é conveniente. Na verdade essa Frente só se manteve até o resultado das últimas eleições. O eleitor, em sua grande maioria, isso dos dois lados, tende a repetir o voto do pleito passado (Rato X Pato), infelizmente na hora do vamos ver existe essa divisão que por sinal não ajuda em nada, muito pelo contrário. Quanto às futuras arrumações que envolvem os “representantes” da base de sustentação do Governo, retratada na atual administração e os Vereadores da Frente (PT, PDT), merecem atenção por parte dos eleitores: os pré-candidatos são os mesmos, Pedro Rocha, Tarcísio, Wilmar, Pepê, a única exceção é Délio, hoje cotado também como pré-candidato. Do outro lado, temos: o atual prefeito Raul, e os dois últimos ex-prefeitos, Birinha e Hamilton. Essa briga em torno do candidato que terá o apoio federal e estadual, foi pedra cantada no informativo Boca do Céu de nº 20, logo que o Presidente Lula foi eleito. Hoje a maioria dos municípios Baianos são da base de sustentação do governo, e querem apoio. Como os grandes caciques políticos estão na base do governo, a exemplo do Ministro Geddel Vieira Lima, do Sr. Reinaldo Braga, do Sr. Jonival Lucas, sendo que os dois últimos tem ligações estreitas com representantes do nosso município, acredito que, os governos federal e estadual farão vista grossa, e aí quem tiver mais poder financeiro para investir na campanha, leia-se (compra de votos), será o futuro prefeito, e fará a maior bancada na Câmara. Acredito que não devemos mais nos preocupar com essas brigas por poder em nossa cidade, pois o Brasil e seus milhares de municípios, só vão mudar quando o nosso povo exercer o papel de cidadão. E ser cidadão, dentre outras coisas, é: fiscalizar o dinheiro público, cobrar responsabilidade de seus representantes, não vender o voto, organizar-se em sindicatos, associações, conselhos, zelar pela coisa pública, denunciar qualquer tipo de corrupção que envolva o que é público, cobrar seus direitos e cumprir com seus deveres. Quando isso acontecer, e tenho certeza que um dia acontecerá, podemos sentar para discutir nomes para cuidar da administração de nosso município, e também do Brasil. Enquanto isso, nós que estamos preocupados com uma sociedade mais justa e igualitária, temos que urgentemente mobilizar com um único fim: formar cidadãos. Em Uibaí, já existem projetos exemplares de formação de cidadãos que estão abertos à participação de quem se interessar.

PS. Não se preocupe com os próximos vereadores nem com o futuro prefeito.
VOTE NULO, eles são os mesmos.

Rui Oliveira Machado. 14/12/2007

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

BOCA CO CEU 24

Ano VI-Jul/Ag/Set/2007


DEFENDENDO O VOTO

Sempre acreditei que o direito ao voto é uma das mais importantes e democráticas armas que temos para iniciar uma mudança. Ainda continuo acreditando, por isso venho nesse texto defender o voto: o voto nulo. Vejamos: Nunca votei nulo, desde quando comecei a votar no início da década de 80. Sempre defendi o voto e a filiação partidária, independente da legenda, pois acreditava que a militância partidária faz a pessoa crescer. Continuo acreditando, mas, no entanto, penso que nesse momento faz-se necessário uma discussão sobre a representação política que queremos. Acredito que não é esta que aí está. Dentro dessa discussão está a questão do Voto. O voto nulo seria uma das armas utilizadas para abrir esse debate.

Não vejo no cenário político novas perspectivas. Os partidos são legendas de aluguel. Não temos novas lideranças. O sistema político brasileiro está viciado. Elegem-se os mesmos. Não há uma renovação nas lideranças dos movimentos sociais, implicando, assim na continuidade dos grupos hegemônicos que estão ditando as regras. A “oposição”, em sua grande maioria faz parte desses grupos, e estão simplesmente encenando. Se conseguirmos um percentual de votos nulos considerável, nas próximas eleições municipais para Prefeito e Vereadores, e ampliarmos esse percentual na próxima para Presidente, governadores, Senadores e Deputados o cenário poderá mudar.

O Parlamento Brasileiro, nos três níveis: Federal, Estadual e Municipal, está corrompido em toda sua estrutura.

Os nossos “representantes" sem exceção, se não são literalmente corruptos, são coniventes e se beneficiam com o que está ai. Exemplo: porque os

parlamentares eleitos pelo Partido dos Trabalhadores, em sua esmagadora maioria, não saíram do partido quando veio a público as denuncias de corrupção? Simplesmente por medo de não se reelegerem indo para um partido menor ou um novo partido! Porque não saíram do PT, quando o Partido abandonou suas principais bandeiras de luta, pensando exclusivamente na chegada ao poder a qualquer custo? Pelo mesmo motivo acima citado.

A maioria dos parlamentares oriundos de partidos outrora progressistas estão em seu segundo ou terceiro mandato, esqueceram seus referenciais políticos, só voltam aos seus colégios eleitorais no momento de uma nova eleição, o prejuízo com isso é revertido novamente para o cidadão, que em muitos casos perdem excelentes educadores, administradores, funcionários públicos, médicos, engenheiros, etc., que se tornaram políticos de carreira, pois mandato político em nosso país é profissão. Profissão que dá poder. “E o poder tem seus encantos”. O bom profissional foi corrompido pelo poder, pelas mordomias, mesmo não se envolvendo diretamente em falcatruas faz vista grossa e vota com a maioria para não se queimar em uma futura convenção do Partido. Afinal “é dando que se recebe”.

A discussão sobre representação política no Parlamento, faz-se necessário, e você, caro eleitor, pode contribuir defendendo essa bandeira. VOTE NULO.

Rui Oliveira Machado.

ESQUERDA, (EN)VOLVER!

O conceito/categoria de ESQUERDA nasce identificando a luta por justiça e emancipação; homens e mulheres de todos os tempos levantaram-se contra as opressões e sonharam os sonhos mais lindos.

Os caminhos da ESQUERDA merecem alguma atenção. Aí se encontram desde os socialistas até os espartaquistas que lutaram contra o poder de Roma, não esquecendo os anarquistas e mesmo os revoltosos de Canudos. Todos no campo da ESQUERDA, da ESQUERDA revolucionária.

A ESQUERDA se forma enquanto esquerda na medida em que luta (e luta sempre) para a revolução dos iguais e justos. A ESQUERDA só se justifica na medida em que é sempre combatente e libertadora, e luta e luta sempre, sem fazer conchavos e concessões aos poderosos.

Quem faz acordos e brada ser de esquerda, na realidade, mia. O miado é o sintoma da negociata, como aconteceu com o Partido Social Democrata Alemão que ao defender posições cada vez mais reformistas em seu interior, deixava de bradar e miava. Este é o momento decisivo em que o grito de rebelião é vendido e que não estamos mais diante de uma esquerda revolucionária. Este é o momento da iniciação e podemos falar de uma DIREITA iniciada; iniciada nos ritos da opressão e de toda uma sorte de safadezas.

Sintam-se advertidos: é só o momento da iniciação, pois há ainda uma íngreme descida até o sétimo círculo do inferno. Também foi assim com o PSDA que, primeiro, transformou-se em DIREITA iniciada, mas ainda restavam algumas descidas até chegar ao sétimo círculo em que definitivamente estaria convertida ao credo da DIREITA, já aí uma DIREITA despudorada. Ao defender a entrada da Alemanha na primeira guerra mundial em troca de alguns marcos e de alguns cargos no parlamento, abraçava o inferno como um cristão abraça Maria e renegava os milhões de homens e mulheres que seriam mortos na carnificina da guerra como se faz a um Judas; já absolutamente absorta e convertida, já uma DIREITA despudorada.

Trabalhadores e trabalhadoras, esta DIREITA iniciada tanto quanto a DIREITA despudorada não merece piedade. E não a subestime, pois, a aparente

ausência de capacidade de análise pode indicar precisamente a capacidade de bem analisar – repare que os horizontes são distintos e que no mundo do capital o calvário de “quase-todos” traz o paraíso dos que se comprazem na imundice.

Combatê-la agora e combatê-la sempre - eis a tarefa da ESQUERDA rebelde e revolucionária. Em palavras gritadas por aí, Gramsci apontava que a realidade é por demais criativa, então, valorizemos o quotidiano e não nos prendamos à hora marcada da revolução. Não temos nada a perder, pois, nos dizeres de Marx, o capitalismo só pode nos deixar de herança “o dilúvio”.

Por fim, duas perguntas intempestivas que assim se caracterizam por exigir que seja considerada a existência ou a inexistência de um projeto político de justiça e emancipação. Eis as perguntas. Existe esquerda em Uibaí? Ou será que o que existe é uma direita despudorada (campo clássico da direita e que está no poder) e uma direita iniciada (que está no campo de oposição à direita despudorada – a briga pelo poder tem dessas coisas)?

Nêgo Fugido

Canabrava dos Palmares, 27 de setembro de 2007.

Contatos boca do céu: ruipe@zipmail.com.br

terça-feira, 25 de setembro de 2007

BOCA DO CEU 23

Ano VI-abr/mai/jun/2007


O QUE É SER POLITIZADO*


Ser politizado é entender como funcionam as relações de poder em cada sociedade e no mundo em geral. É compreender que, por trás das relações de troca no mercado existem relações de exploração. Que, por trás das relações de voto, existem relações de dominação. Que por trás das relações de informação, há um processo de alienação. Ser politizado, no mundo de hoje, significa compreendê-lo no marco das relações capitalistas de acumulação e exploração, representa entender o mundo no marco da hegemonia imperial estadunidense, baseada na força militar e na propaganda do modo de vida estadunidense. Ser politizado é compreender que tudo que existe foi produzido historicamente, pelas relações entre os homens e o meio em que vivem. Ou melhor, entre os homens, intermediados pelo meio em que vivem. E que, portanto, tudo que foi construído pelos os homens pode ser desconstruído e reconstruído. Que tudo é histórico. Que a própria separação entre sujeito e objeto – que nos aparece como “dada” – é produzida e reproduzida cotidianamente mediante relações econômico-sociais alienadas. Ser politizado é saber subordinar as contradições menores às estratégicas, saber que as contradições com o capitalismo são sempre também contra o imperialismo, pela fase histórica atual do capitalismo.

O QUE É SER DESPOLITIZADO.

Já ser despolitizado é achar que as coisas são como são porque são como são, sempre foram assim e sempre serão. É considerar que as pessoas sempre buscam tirar vantagens que não têm grandeza para lutar desinteressadamente por um mundo melhor. Que o que diferencia as pessoas e a ambição de melhorar de vida, que a grande maioria não tem jeito mesmo. Entre o ser politizado e o despolitizado esta alienação, a falta de consciência da relação entre nós e o mundo. Alienar é entregar o que é nosso para outro -como diz a definição jurídica em relação a bens. Ser alienado é não perceber a presença do sujeito no objeto e vice-versa, sua vinculação indissolúvel. A luta pela emancipação humana é uma luta contra toda forma de exploração, de dominação, de discriminação, mas, antes de tudo e sobretudo, uma luta contra alienação – condição de todas as outras lutas.

EMIR SADER.**

*Extraído da revista Caros amigos

** Cientista político.

QUESTÃO DE PRINCÍPIOS.

Mais um “Club” particular em Uibaí, agora no povoado da Boca D’água. Nada contra alguém construir um espaço privado de lazer, desde que essa pessoa não seja o representante do Executivo Municipal, e o município ser um dos mais carentes de espaços públicos para o lazer coletivo, com apenas o Club Canabrava e a Voz do Povo que, mesmo sendo usado pela grande maioria dos Cidadãos de Uibaí, não são totalmente públicos, foram construídos respectivamente com a contribuição dos sócios e por iniciativa individual. A cidade, tão carente de espaços públicos de lazer, deveria ter em seus representantes a preocupação com quem lhes outorgou o poder de decisão, ao invés de construir mansões tipo Club privados a exemplo do citado acima. Deveriam seguir o exemplo de um também filho de Uibaí que está investindo em projetos educativos com a finalidade de formar cidadãos, sem esboçar, pelo menos até o momento, a vontade de se auto-promover politicamente. É o espírito coletivo que infelizmente em muitos demora a aflorar, acredito que por falta de prática. Fomos criados para viver em sociedade, o senso coletivo e nato do Ser, porém, deve ser exercitado a todo o momento. Em uma sociedade capitalista onde o incentivo ao individualismo é uma de suas grandes bandeiras, devemos estar vigilantes e nos indignarmos com essa prática tão em voga no nosso Município. O papel de um Prefeito é administrar o município direcionando suas ações para as necessidades de sua população. Se todo prefeito que for eleito investir em projetos pessoais, e o pior com dinheiro público, como vem acontecendo há algum tempo, a cidade vai acabar “privatizada”.

a Direita é aquém, a Esquerda é além

O terreno da política sofreu alterações significativas nos últimos 500 anos; momento em que a política perde a sacralidade das intervenções divinas e ganha a terrenalidade das relações humanas. A partir de Maquiavel a política passa a ser entendida eminentemente como atividade humana.

Há, aproximados, 200 anos, no período da Revolução Francesa, ocorrem novas significativas alterações no terreno da política. As movimentações na vida e no quotidiano das pessoas acabam por processar a entrada de algumas categorias importantes na política, tais como: direita e esquerda.

O conceito/categoria de DIREITA foi criado no bojo da Revolução Francesa para indicar o grupo político ou os grupos políticos que nas assembléias e reuniões francesas, tinham posições conservadoras e reacionárias, no sentido de defender e de realizar alianças com o clero e a aristocracia; concretizando de forma cristalina os interesses das elites nacionais. A chamada DIREITA estava preocupada em consolidar os seus interesses tão só e para tanto defendeu e fez conchavos que não radicalizassem o processo revolucionário; surgia um novo-velho país para novas e velhas elites, mas não para o povo.

O conceito/categoria de ESQUERDA, também criado no transcorrer da Revolução Francesa, indicava o grupo político ou os grupos políticos que no processo revolucionário francês lutavam para realizar a igualdade e pelo fim das injustiças, onde os camponeses pudessem ter acesso a terras e os trabalhadores urbanos pudessem ter uma vida digna; defendiam a democracia direta, o controle externo do governo, a revogabilidade dos mandatos, o direito do povo de julgar seus inimigos, controle da economia e a abolição dos direitos feudais. A isto veio somar-se, para uma melhor definição de ESQUERDA, todo o legado de luta em defesa da justiça, da liberdade, da igualdade e da fraternidade de todos os povos e de todos os tempos que pode nos remeter tanto à luta pelo socialismo quanto aos bravos sertanejos de Canudos. É a utopia de um projeto político justo e humano.

Por fim, uma pergunta tempestuosa e intempestiva. E assim se caracteriza por exigir que seja considerada a existência ou a inexistência de um projeto político de justiça e emancipação. Eis a pergunta. Existe esquerda em Uibaí?

Nêgo Fugido

Heterônimo de Savigny Machado

Do tempo do Sr .Messias

segunda-feira, 16 de abril de 2007

BOCA DO CEU 22

O DISCURSO DE COLLOR

O discurso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje Senador da República, foi marcado por muito choro. Vejamos: o “coitadinho” estava arrependido de ter confiscado as poupanças, de ter afrontado o Congresso Nacional, de ser arrogante, de ter sido um dos piores presidentes eleito democraticamente, etc. Pronto. Já foi perdoado. Seus colegas de parlamento teceram fartos elogios ao novo homem público que surge depois de um período metamorfoseando.

Esse “perdão,” gostaria de lembrar, foi dado pelo povo alagoano, e por grande maioria do parlamento (Congresso Nacional), mas o povo brasileiro em sua grande maioria, não esqueceu e jamais esquecerão um dos períodos mais truculentos da nossa história. Alias para o primeiro presidente eleito por voto direto, depois de vinte anos de ditadura militar, fazer o que ele fez, não vai ser um chorinho que conseguirá redimi-lo.

Felizmente ainda temos no parlamento alguns poucos cidadãos com vergonha na cara, a exemplo do Senador Pedro Simon, o único que fez o ex-presidente Fernando Collor de Mello relembrar os atos de corrupção ocorridos no seu governo que o levaram a ser expulso do Palácio do Planalto. Pelo menos um, no meio de tantos “combativos parlamentares,” teve coragem.

PS. Nem tudo está perdido. Rui Oliveira Machado

* A FORMOSA QUE FOI E A QUE É

Seu moço vá na Formosa
Que é pra tu se alembrá
Onde a gente dava prosa
Ali nos pé de Juá
Bem pertinho da casinha
Você se alembra que tinha
No terreiro de Naninha
Muito caroço de ingá?

Você subia um tiquim
Tinha mata de angelim
Fazendo sombra no poço
Pois se tu for lá seu moço
Nada mais tu tem que vê
É duro de recordar
Teu coração vai doer
Tu é capaz de chorar.

Cortaro toda a madeira
Rancaro os pé de ingasera
Derrubaro os jatobá
Desbarataro a pedreira
Nem os pé de gameleira
De perto da cachoeira
Que da sombra a vida inteira
Não deixaro sem cortar.

Tu lembra daquele poço
Que a gente tomava banho?
Água dava no pescoço
Traíra desse tamanho
O riacho já morreu
Pra tu que já conheceu
E ama lá como eu
Acho tudo muito estranho.


Tu conhece e eu conheço
Tudo ali na região
Vou morrer e não esqueço
Parece que não mereço
Ver o fim desse regresso
É o avesso do progresso
Meu amigo eu te confesso
Acabou-se o buqueirão.

Não tem mais a muierada
Que à fonte dava a vida
Tanta gente divertida
Percorria aquela estrada
Todo dia à madrugada
Cumeçava o movimento
Só era contentamento
Deste povo camarada.

Se ia pur dento do brejo
Até no poço do Serjo
Tu lembra que também tinha
O poço da camarinha
Frio igual a picolé?
A gente se lembra e sente
Aquele cheiro incelente
Dos perfume das muié.

O nosso povo e católico
Mas um ato diabólico
Já viro realizá
Os mandantes desta terra
Vendero e cercaro a serra
Pesou a mão poderosa
E os donos da Formosa
Tivero que retira.

  • do Livro : Versos de um caboclo, de Jeová Caboclo.

Preocupações dos Parlamentares na Câmara dos Deputados:

  1. Aumento dos seus próprios salários;
  2. Aumento do salário do Presidente e dos Ministros;
  3. * O Chapéu de Couro do Deputado Bahiano Edgar Mão Branca.




NASCE UMA ESTRELA , MORRE A ESQUERDA!

Era final da década de 70 e ainda acreditávamos que, apesar da ditadura, a resistência seria a construção de um novo modelo de democracia brasileira ; começávamos a organizar e discutir partidos e engajarmo-nos (para usar bem o termo da época), naqueles que ideologicamente pensava a sociedade que pretendíamos.

Assim nasceu o Partido dos Trabalhadores/ PT- diferenciado dos demais por ampliar o conceito de Trabalho X Trabalhismo.

Usando como insígnia a estrela, brilhou toda a década de 80 e 90 com a disposição e determinação de seus militantes na missão de divulgar o programa, discutir as propostas mobilizar pessoas, instituições, estudantes apoiar movimentos originados nas diversas categorias sociais, urbanas e rurais. . Configurava-se enfim uma nova tendência para a esquerda brasileira ou............. seria velha?
Conseguimos, quase vinte anos depois da primeira disputa presidencial nas urnas, e mais duas derrotas , a vitória !!!!!!!!!
Em 2002 a esperança venceu o medo, PT na presidência do Brasil!
Dava-se início à grande arrancada, pelo menos assim esperávamos, para as mudanças e reformas do país sem recorrer ao populismo, a estima brasileira, principalmente daqueles que propunham ações voltadas para redução das desigualdades sociais estava em alta; vislumbrava-se o fim das jogadas corruptivas dos politicos desonestos, dos acordos de gabinete das compras de votos.
È claro que em quatro anos é impossível realizar as demandas preconizadas na campanha; mas também em quatro anos, praticar atos que desconstroem o que seria a marca do partido! Escândalos semelhantes aos mandatos anteriores, com protagonistas, antes combativos ferrenhos, hoje promotores e beneficiários! Entramos no segundo mandato e já não vislumbramos mais atitudes que marquem o diferencial de um partido que se pretendia configurar como a esquerda brasileira contemporânea, com a maioria de seus filiados “históricos” fora, e comprometidos com outras alternativas que surgem.
Yara de Senna Amado, socióloga e trabalhadora do IPHAN

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