segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BOCA DO CEU 34

BOCA DO CÉU,INFORMATIVO POÍTICO/CULTURAL



Ano X/Jan/Fev/Mar/2010

E O VOTO?

Estamos em mais um ano de eleições. Eleições em nível nacional que envolve os seguintes cargos: Presidente, Governadores, Senadores, Deputados: federal e estadual. Há algum tempo atrás estaria defendendo o voto em candidatos honestos e éticos, de preferência pertencentes a partidos que tivessem em seus programas a luta pela implantação de um sistema de governo com ideais Socialistas. Ainda defendo o Socialismo como forma de governo e candidatos honestos e éticos, acredito, também, que, em alguns partidos, com certa dificuldade, é claro, ainda se encontra parlamentares que defendam esses ideais.

Infelizmente esses partidos, para chegarem ao poder, fizeram coligações com o que existe de mais reacionário dentro do que chamamos política partidária. Misturaram-se tanto que hoje, não temos nenhum que defenda essa forma de governo. Apesar de ainda manterem seus programas com linha socialista, apenas para manter o falso discurso.

Assim, o voto que ainda continua sendo uma das mais importantes armas que dispomos, deve ser usado de forma correta, principalmente em uma sociedade capitalista,

onde as diferenças sociais são enormes, e os interesses são ainda maiores. Como não temos partidos ideológicos, que trabalhe por uma sociedade mais justa, temos que a cada eleição tentar encontrar candidatos que pelo menos tenham alguma coisa em comum com nossas idéias: que pensem em construir um mundo melhor, com menores diferenças. Sabemos que na atual conjuntura é difícil encontrar cidadãos dentro de algum partido político preocupado com isso, mas não custa procurar, se não encontrarmos temos outras formas de exercer nosso direito de voto. O voto nulo, o voto em branco, e até não comparecer perante a urna. São maneiras de exercer a “democracia”, se o voto é apenas uma das mais importantes armas que temos, precisamos urgentemente procurar trabalhar mais as outras armas que possuímos. Fiscalizar o judiciário, o executivo, o legislativo de nosso município, do estado, do país, denunciando as irregularidades, fiscalizar, participar e contribuir nas decisões que envolva educação, saúde, planejamento social, execução de obras, propondo, colaborando, tentando evitar falcatruas, desmandos, corrupção, etc, são armas que nos dão possibilidades de exercer o direito de cidadão e contribuir para um mundo melhor. Rui Oliveira Machado

MÊS DAS MULHERES

Comemorou-se no último dia 08 de março o Dia Internacional da Mulher, na verdade dia de mulher é todo dia, já que as companheiras trabalham de sol a sol, no campo, na cidade, dentro e fora de casa, e ainda por cima com direitos em sua grande maioria negados.

Felizmente com a luta dessas grandes guerreiras as coisas estão mudando, já temos diversas Delegacias Especializadas em Violência contra a Mulher, temos, em qualquer área, mulheres trabalhando de igual para igual com os homens e em muitos casos superando-os, mas, em uma sociedade machista, como é a nossa, ainda falta muito para pelo menos amenizar o sofrimento dessas valorosas companheiras. Quando avançamos no campo das oportunidades na educação, no trabalho, na igualdade dos direitos, avançamos desordenadamente na violência, na discriminação, no assedio, na falta de respeito, na independência sexual e muitas outras maldades que são praticadas a todo instante. *Notícias sobre violência contra a mulher rotineiramente são apresentadas nos veículos de informação. Segundo dados estatísticos, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. O despertar para o combate à violência contra a mulher ainda se encontra muito discreto, tanto pelo medo da exposição como pela limitação em reconhecer que a violência não é caracterizada só por tapas e porradas.

Nesse mês onde se comemora o Dia Internacional das mulheres, nós homens, precisamos fazer uma autocrítica, parar e pensar como está nosso relacionamento com as companheiras: estaremos sendo machistas, discriminadores, violentos, traidores, etc, etc, etc, etc,...? Como podemos contribuir para mudar esse quadro? Quem sabe assim poderemos trabalhar juntos para a construção de uma sociedade mais justa, onde não seja preciso estabelecer um dia para lembrar que devemos respeitar nossas companheiras.

Rui Oliveira Machado.

* release da peça “AMANHECEU” Espetáculo solo de Juliana Bebé..

RICOcartuns

BOCA DO CEU 33

BOCA DO CÉU,INFORMATIVO POÍTICO/CULTURAL



Ano IX/Out/Nov/Dez/2009


FIM DE ANO.

Chegamos ao final de mais um ano. Esse ano foi para a comunidade de Uibaí, de muita expectativa. Depois de décadas sendo administrada por um único grupo político, ou melhor, com uma mesma orientação política, assumiu no início do ano uma nova administração com promessas de mudanças na forma de governar.

Realmente tem-se outro formato de administração no município. As coisas estão acontecendo com mais transparência, a prefeitura não conta mais com aquelas “romarias” de pedintes, a cidade está mais limpa, o hospital e os postos de saúde funcionando de forma satisfatória, as escolas na sede e nos povoados bem mais cuidadas, as edificações pertencentes ao município sendo recuperadas e utilizadas decentemente, a ligação Uibaí/Irecê melhor pavimentada. Melhorou? Sim, claro que melhorou, mas falta ainda muita coisa.

Vamos para algumas: asfaltar o “cascalho”, recuperar as praças, o mercado, o banheirão, etc., isso falando só na parte de infra estrutura e saneamento; partindo para a parte político/administrativa, são duas as mais cobradas e comentadas pela

comunidade: avaliação e mudança no secretariado, (leia-se Secretaria de

Administração e Finanças) avaliação e mudança na segurança pública (leia-se o Sargento comandante e seu irmão lotado na

prefeitura), Uibaí não precisa desse tipo de gente. São pessoas que ninguém conhece, nunca contribuíram em nada para nosso município, caíram de pára-quedas em nossa cidade.

No mais, tenho esse ano de 2009, como um ano proveitoso para nossa comunidade. Acredito e faço votos, para que o próximo seja melhor.

Feliz ano novo para todos.

PS. E aquelas reuniões nos terreiros para discutir os problemas da sede e dos povoados? Não seria importante retomarmos? Rui Oliveira Machado

QUEM NÃO GOSTA DO BOLSA-FAMÍLIA?

Por Marcos Coimbra*, no blog do Noblat

Será que alguém imagina que a interrupção avisada de um benefício favorece o governo na eleição? Que o fato de 1,4 milhão de famílias saberem que perderão um rendimento vai fazer com que votem em Dilma? É impressionante a má vontade que parte da imprensa tem com o Bolsa Família. Vira e mexe, alguém encontra um motivo para criticá-lo, tenha ou não fundamento. Quando acha que descobriu algo relevante, aproveita para externar sua antipatia em relação ao programa, quando não seus preconceitos contra os beneficiários. No último fim de semana, uma das mais importantes revistas de informação trouxe uma matéria típica dessa visão. Nela, ao questionar o que, em uma primeira impressão, parece uma decisão condenável do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que o administra, fica evidente a hostilidade que é dirigida ao programa, levando a interpretações infundadas e equivocadas. Ninguém é obrigado a gostar do governo e é natural que existam órgãos de imprensa que se posicionem contra ele por motivos ideológicos. No mundo inteiro, isso acontece e é até salutar que tenhamos jornais e revistas com clara inclinação política e partidária. O problema é que, às vezes, a circulação dessas matérias vai além da publicação de origem. Com a internet, algo escrito aqui está ali em um piscar de olhos, deixando menos nítida sua autoria. Como determinado texto aparece em inúmeros lugares, parece que tem uma espécie de reconhecimento universal, que todos o subscrevem. Foi o que aconteceu com a matéria em questão. Os mais prestigiosos blogs a republicaram, como que a endossando. Ela logo virou uma quase verdade. Seu fulcro é a crítica à concessão de um novo prazo de carência para a exclusão de cerca de 5,8 milhões de pessoas da cobertura do programa, seja por não cumprimento da obrigação de se recadastrar, seja pela elevação da renda familiar para além do limite de R$ 140 per capita. Elas seriam excluídas em novembro passado, mas, com a prorrogação, só o serão em 31 de outubro próximo. Em função disso, a revista se sentiu autorizada a chamar o programa de "Bolsa Cabresto", como se a data fixada no ato do MDS fosse evidência suficiente de suas intenções eleitorais. Dado que 31 de outubro é o dia marcado para o segundo turno da eleição presidencial, estaria confirmado e provado o caráter eleitoreiro do programa. A coincidência "nada sutil" das datas explicaria tudo. É realmente curiosa a tese. Será que alguém imagina que a interrupção avisada de um benefício favorece o governo na eleição? Que o fato de 1,4 milhão de famílias saberem que perderão um rendimento vai fazer com que votem em Dilma? Seria algo totalmente inédito, que desafia a lógica mais banal: alguém ter mais votos quando promete que vai eliminar um benefício e ainda marca o dia (pensando nisso, será que o comando da campanha da ministra atentou para a medida?). O esdrúxulo argumento vem embrulhado com dados inexatos e ilações mal sustentadas. Tudo no Bolsa Família é inflado para parecer maior e pior. A matéria afirma que "um em cada quatro brasileiros passou a ser sustentado pelo governo" (sugerindo que através do programa), enquanto se sabe que são 12,4 milhões as famílias beneficiárias (em um total de 60,9 milhões apuradas pela última Pnad), das quais o benefício não chega a "sustentar" nem um terço. A "prova" que o programa seria um "poderoso cabo eleitoral" é extraordinária. Viria de um estudo que mostra que "a cada R$ 100 mil deixados pelo programa em municípios de mil habitantes" teria correspondido um acréscimo de 3% de votos para Lula nas eleições de 2006. Será que a revista sabe que só existem 103 municípios no Brasil (em um total de 5.565) desse porte (menos que 2 mil habitantes)? Que neles vivem apenas 158 mil eleitores (em um total de mais de 130 milhões), que representam 0,0012% do eleitorado brasileiro? Que o voto nominal total para presidente nesses municípios ficou perto de 125 mil? Ou seja, que esses números dizem, na verdade, que a propalada influência do programa é insignificante? Para corroborar a idéia de que o Bolsa Família é o "Bolsa Cabresto", foi ouvida a opinião de um cientista político, para quem ele seria pior que o que faziam os "antigos coronéis": "(Eles) pelo menos aliciavam votos com o próprio dinheiro. O governo atual faz isso com dinheiro público". Primeiro, o poder dos antigos coronéis não vinha do dinheiro, mas do mando local. Segundo, é isso mesmo que acham os opositores do programa, que ele apenas alicia votos com recursos públicos? Ou seja, que deveria ser encerrado e terminado, a bem da moralidade? Enquanto for assim concebido por quem não gosta de Lula, do PT e do governo, mais o Bolsa Família ficará com a cara daqueles que o defendem. Criado em administrações tucanas e largamente ampliado e melhorado pelo governo Lula, é pena que isso aconteça. O programa deveria ser um patrimônio do país.

(*) Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

BOCA DO CEU 32

BOCA DO CÉU,INFORMATIVO POÍTICO/CULTURAL



Ano IX/Jul/Ago/Set/2009

UIBAÍ E AS OPOSIÇÕES.


Uibaí, desde sua emancipação há 48 anos, sempre conviveu com a oposição. Acredito que nem o primeiro prefeito teve unanimidade, e isso é bom, pois nem toda unanimidade representa o melhor. Na maioria das eleições houve mais de um candidato. Um da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) outro do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Partidos não ideológicos, já que os com viés ideológico estavam na ilegalidade, a exemplo do PC do B, PCB, PSB. Com o fim do bipartidarismo e a “abertura política”, no início da década de 1980 surge o Partido dos Trabalhadores. Com uma proposta mais ideológica, voltada para ideais socialistas, foi defendido na maioria dos municípios onde viria a ser fundado, por estudantes, parte da igreja católica e trabalhadores rurais. Em nossa cidade essa oposição cresceu, fez representantes na Câmara municipal, mas só nas eleições do ano 2000, conseguiria disputar com chances potenciais de vitória. Foi “derrotada” nas duas primeiras eleições, 2000 e 2004, só chegando à vitória em 2008.

Hoje, com menos de um ano de mandato já se vê em nosso município, pelo menos duas linhas de oposição ao atual governo: “uma primeira”, como era de se esperar, composta pelos derrotados no último pleito. Apresentam como alternativa política para o município as mesmas propostas e os mesmos candidatos que “governaram” durante as últimas três décadas, propostas e candidatos que o povo já conhece e acredito que não quer tê-los novamente no comando de nossa cidade.

A “segunda linha opositora” é completamente diferente das que existiram tradicionalmente em nosso município, por ter em sua grande maioria cidadãos que contribuíram para a eleição da atual administração, que sabiam da dificuldade de agasalhar sob o mesmo “guarda chuva” o elo de alianças feitas para chegar ao poder. Alianças difíceis de serem digeridas por todos que trabalharam desde o início da primeira campanha.

Essa “segunda linha opositora” não tem, no momento, organização suficiente para fazer uma oposição ideológica baseada em princípios socialistas, como sempre procuraram fazer e que seria o ideal. Assim, ou luta unida para tentar construir, com o que tem uma Uibaí mais justa, sem corrupção, sem nepotismo, sem fisiologismo, ou entrega no próximo pleito a administração aos que sempre defenderam essas práticas. Não pode ficar simplesmente na crítica, sem avaliar o que há de diferente entre essa administração e as anteriores. Quais foram os avanços e os retrocessos desse primeiro ano de governo.

Porque não propor um seminário, encontro ou reunião para discutir esse primeiro ano de governo? Fez-se isso para construir, pode-se fazer o mesmo para avaliar.

Não podemos esquecer que essa “oposição” trabalhou para eleger essa atual administração, e como cidadãos, são também responsáveis pelos destinos de nosso município. Sabemos da existência de muitos problemas: administrativos, financeiros, políticos etc. poderíamos discutir esses problemas na perspectiva de contribuir para construção de uma administração, que possa vir a ser um diferencial nessa primeira década do século XXI. Um sonho de todos nós.

Rui Oliveira Machado

CONCURSO PÚBLICO

Uibaí já vai para o seu segundo concurso público no período de dois mandatos. O primeiro na administração do Prefeito Raul, e o segundo, agora na gestão de Pedro Rocha. Não sei como estão sendo elaborados esses concursos, quais as empresas, ou seja, os trâmites burocráticos, as empresas, etc., O importante é que essa prática democrática, apesar dos problemas, está presente em nosso município. Precisa, sim, ser melhor acompanhada e fiscalizada, para que todos concorram no mesmo patamar.

Com o concurso, chegam também, avanços como a organização dos trabalhadores do serviço público em sindicatos, já que esses não estão mais expostos aos desmandos de políticos interesseiros que fazem da administração pública cabide de empregos para seus apadrinhados. Uibaí já fundou o seu. Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Uibaí (não sei se o nome e esse), e com a aprovação na Câmara Federal da Convenção 151, que dá direito aos trabalhadores do setor público à Negociação Coletiva, faltando o Senado aprovar, acredito que o projeto principal, nesse momento, e o fortalecimento do Sindicato, através da organização dos trabalhadores.

Os baixos salários, as péssimas condições de trabalho, o assédio moral, sexual, etc., são práticas constantes dentro do serviço público, principalmente nos pequenos municípios. Esse é o momento que o movimento sindical precisa tomar pé dessas questões e atuar de forma coletiva. Isso exige organização, conscientização, mobilização para cobrar junto ao Executivo municipal os direitos de seus representados. Não devemos esquecer que patrão é patrão em qualquer lugar, e um dos papeis do patrão é “administrar recursos”. Para administrar são definidas as prioridades, e os trabalhadores, infelizmente não são prioridades para nenhum patrão. A partir de agora, quem representa os trabalhadores públicos municipais de Uibaí é o seu Sindicato, ele está aí para construir junto com os trabalhadores uma nova política de relacionamento com o Poder Executivo. Não uma política do “tomo lá dá cá”, mas uma política baseada na discussão do orçamento municipal, na perspectiva de chegar à elaboração de um Plano de Cargos e Carreira para o conjunto de trabalhadores do nosso município. Acredito que esta seja um dos principais desafios para os trabalhadores do serviço público de nossa cidade. Um novo tempo está surgindo em Uibaí. Precisamos estar preparados. Vida longa a esse Combativo Sindicato.

Rui Oliveira Machado

BOCA DO CEU 30

BOCA DO CÉU,INFORMATIVO POÍTICO/CULTURAL



Ano IX/Jan/Fev/Mar/2009

SOCIALISMO

O que houve com os ideais socialistas de uma geração de trabalhadores nascidos no final dos anos 50 e início dos anos 60 em nosso país? Período de grande militância, quando da “abertura política” após a queda do regime Militar; essa geração que na época estava por volta dos vinte anos de idade, encantada com as grandes lideranças que reapareciam do exílio para junto com muitos outros intelectuais falar de uma sociedade mais justa sem exploradores nem explorados, onde o homem podia viver dignamente sem a ameaça da usura e do lucro imposto através da exploração dos mais “fracos”. A criação do Partido dos Trabalhadores, (PT) da Central Única dos Trabalhadores, (CUT), dentre outros instrumentos, que dariam sustentação na organização da luta por uma sociedade mais igualitária estava em plena ascensão. O país borbulhava. O movimento sindical tomava corpo e os trabalhadores se organizavam: passeatas, comícios, manifestações sociais em diversos setores, etc., era o caminho para chegar ao poder pelas mãos do povo e iniciar a socialização do país.

Após anos de muitas lutas chegou-se ao poder. Um governo formado em sua grande maioria por cidadãos que eram nossas referências enquanto defensores do socialismo. A nata da esquerda organizada, cidadãos criados e trabalhados dentro de uma ideologia socialista com experiência acumulada na estruturação e organização dos mais importantes movimentos sociais reivindicatórios de nossa história e que

jamais passaria por suas cabeças o poder pelo poder.

Trinta anos já se passaram de “abertura política”. O país diferencia-se a cada governo que assume e envereda por um caminho nunca sonhado por essa geração de militantes “socialistas”: o primeiro governo civil após o regime militar o Sr. José Sarney, foi criado dentro do próprio regime; Collor/Itamar, foi o fracasso assistido por todos; o país governado por FHC, em seu primeiro mandato, foi diferente dos anteriores em sua “administração”, como também foi diferente do seu segundo mandato. o país governado por Lula em seu primeiro mandato foi diferente dos anteriores em sua “administração”, e seu segundo mandato também está sendo diferente do primeiro. Todos esses governos avançaram em relação aos governos militares, todos fizeram investimentos nas áreas sociais, o mínimo que lhes garantissem fazer seu sucessor ou mesmo reeleger-se. São táticas camaleônicas, mudanças superficiais aplicadas em determinados momentos com um fim pré-estabelecido. Todos esses governos, e os próximos que vierem dentro desse modelo capitalista, terão algumas diferenças na forma de “administrar” o país, mas as intenções e os projetos são todos de caráter restrito beneficiando sempre uma minoria que comanda esse país há centenas de anos. Essa avaliação pode ser feita, também, em nível internacional. Os problemas enfrentados nos países subdesenvolvidos são os mesmos em qualquer continente. Na América Latina, onde estamos inseridos, a violência urbana é latente, a corrupção envolvendo o patrimônio público é uma constante, a exclusão social não se diferencia, e a política adotada é a mesma: os lucros são abocanhados por uma minoria privilegiada e os prejuízos socializados com a classe trabalhadora, ou seja, a maioria marginalizada. Capitalismo e isso. Pequenas ilhas de prazeres, cercadas por bolsões de miséria. Felizmente tudo tem limite: esses bolsões começam a ficar inquietos. Os índices de criminalidade aumentam a cada dia. A violência não escolhe classe social: é o desespero tomando conta do povo oprimido. O Brasil está em guerra civil constante nessas últimas décadas e o povo, não demora a descobrir com quem e contra quem deve lutar na construção de uma sociedade mais justa. Sempre foi assim. As grandes revoluções com mudanças estruturais profundas só se viabilizaram, infelizmente, com a luta armada. Mudanças estruturais pacíficas, não existem, sistema capitalista moderno, avançado, etc., muito menos. Capitalismo é explorador e explorado em qualquer lugar do mundo.

Mas, e os ideais socialistas tão defendidos por essa geração? Segundo alguns “companheiros” esse negócio de ideologia não cabe mais. Acreditam que existem várias formas de Capitalismo e que o Brasil tem tudo para implementar um dos mais avançados modelos, inclusive com inclusão social. Defendem os programas sociais existentes: bolsa família, bolsa escola, cotas, etc., como sendo a solução mais viável para a concretização de uma sociedade mais justa. É, realmente, o “poder tem seus encantos”, conseguiu aniquilar de vez toda uma geração de cidadãos empenhados de corpo e alma na construção de um pais socialista, apenas com alguns poucos anos no “poder”, poder esse dividido humildemente com seus algozes de um passado recente.

ARRUMANDO A CASA

Passaram-se três meses de uma nova administração em nosso município. Sei que ainda é muito pouco tempo para se fazer uma avaliação, mas acredito que devemos acompanhar de perto essa administração que veio com uma proposta significativa de mudança no trato com o dinheiro público, como também ações voltadas para as questões de cunho social mais urgente. Penso que está faltando nesse final de trimestre uma apresentação por parte da prefeitura da situação em que as diversas secretarias existentes na administração passada foram encontradas: saúde, educação, cultura/esporte, finanças, planejamento, etc., o cidadão precisa saber e é também uma forma da atual administração ter uma radiografia do momento em que assumiram. Segundo fontes não oficiais as Secretarias de Saúde, Educação, Finanças, Administração, etc., estavam completamente sucateadas.

Hoje algumas secretarias como a de Educação, de Saúde, de Finanças, secretarias que a população está mais atenta, por estarem mais diretamente em contato, já apresentam alguns resultados: levantamentos foram feitos na Secretaria de Educação no que diz respeito aos imóveis utilizados como escolas nos diversos povoados. Infelizmente em sua grade maioria estão abandonadas e sucateadas, inviabilizando o início das atividades escolares em algumas, por necessitarem de reforma geral. O Hospital Municipal foi encontrado entregue às moscas, hoje pode ser utilizado pela população local, com a presença de um bom quadro de recursos humanos. Os Postos de Atendimento já foram, em grande parte, reativados; a Secretaria de Finanças vem executando um levantamento criterioso, detectando as diversas irregularidades encontradas na utilização do dinheiro público, para as devidas providências. A limpeza e coleta de lixo estão sendo realizadas diariamente na cidade e nos povoados.

Tudo isso que está acontecendo em nosso município é obrigação do poder público. Ainda é muito pouco, mas já é um começa. A cobrança se faz necessária, a todo o momento. Devemos sim, reconhecer as dificuldades encontradas, mas nosso município tem todas as credenciais para ser uma referência de administração nessa região. Temos, acredito que pela primeira vez á frente de nosso município, em sua esmagadora maioria, cidadãos sérios e com disposição de contribuir para a melhoria de nossa cidade.

Mas não devemos abrir a guarda. Sabemos que uma laranja podre no meio de uma carrada pode levar a carga ao lixo. Assim, se em algum momento os interesses coletivos forem deixados em prol dos individuais, devemos estar prontos para denunciar e cobrar. Como diz o ditado: “o mesmo pau que dá em Chico, dá em Francisco”.

Rui Oliveira Machado.

UM “PAC” COM DILMA

Cordel de Miguelzinho de Princesa, direto do Cariri.

I-

Quando vi Dilma Roussef

Sair na televisão

Com o rosto renovado

Após uma operação

Senti que o poder transforma:

Avestruz vira pavão.

II-

Repente ela virou

Namorada do Brasil:

Os políticos, quando a vêem

Começam a soltar psiu

Pensando em 2010

E em bilhões que ela pariu.

III-

A mulher que era emburrada

Anda agora sorridente

Acenando para o povo

Alegre mostrando o dente

E os baba-ovos gritando:

È Dilma pra presidente!

IV-

Mas eu sei o que o olho grande

Está mesmo e nos bilhões

Que Lula botou no PAC

Pensando nas eleições

E mandou Dilma gastar

Sobretudo nos grotões.

V-

Senadores garanhões

Sedutores de donzelas

E deputados gulosos

Caçadores de gazelas

Enjoaram das modelos

Só querem casar com ela.

VI-

Também quero uma lasquinha,

Um pedaço de poder,

Quero olhar nos olhos dela

E, ternamente, dizer

Que mais bonita que ela

Mulher nenhuma há de ser.

VII-

Eu vi um deputado

Dizendo no Cariri

Que Dilma e linda e charmosa,

Igual não existe aqui,

E é capaz de ser mais bela

Que a Angelina Jolie.

VIII-

Diz que pisa devagar,

Que tem jeito angelical

Nunca gritou com ninguém

Nem fez assédio moral,

Nem correu atrás de gente

Com um pedaço de pau.

IX-

Dilma superpoderosa:

8 bilhões pra gastar

Do jeito que ela quiser

Da forma que ela mandar!

(Sem contar com o milhão

Do cofre do Adhemar).

X-

Estou com ela e não abro:

Viro abridor de cancela

Topo matar jararaca

Apago fogo em goela

Para no ano vindouro

Fazer um PAC com ela.

BABA NA ACCU

Os velhos contra os novos

Os novos contra os velhos

Com essa idade toda

Pode dar um revertério.

Os mais novos empolgados

Querendo mostrar potência

Os mais velhos lembram logo

Da sua eterna impotência.

Com um sol de meio dia

E com o céu toda azul

A boca e os beiços secos

Feito couro de cubú

Os mais velhos vão pedindo

Ao juiz atrapalhado

O fim dessa grande festa

Ocorrida no sertão

Com medo de mais tarde

Ter que importar caixão.

Quando o juiz apitou

Foi um alívio total

Mas para a tristeza de todos

Não tem água mineral

Água só na Formosa

Uma légua de distância

O jeito é tomar cerveja

E aumentar mais a pança

Pois não sei pra quê velho

Jogar bola com criança.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Boca do Ceu 26





Ano VII- Jan/Fev/Mar/2008

ELEIÇÕES SUCESSÓRIAS EM UIBAÍ.

Estive presente alguns dias atrás há uma reunião com alguns conterrâneos, para uma breve avaliação da situação sucessória em nosso município, avaliação que já havia feito de modo pessoal, aqui mesmo no BOCA DO CEU, mas que não houve muita diferença do que conversamos. Atualmente em nosso município temos como candidatos, (com disposição política para tal empreitada) Tarcisio Rocha e Délio Alencar. Candidatos esses oriundos do Partido dos Trabalhadores. Tem o atual prefeito que também é candidato a reeleição, e pode-se ter um candidato apoiado pelo Sr. Reinaldo Braga, o que seria na minha avaliação benéfico para o candidato que venha a sair da Frente de Libertação Reconstrução de Uibaí, hoje desfalcada do PCdoB. Vejamos: O candidato, qualquer que seja, de Reinaldo Braga dividiria votos com o atual prefeito, aumentando as chances da Frente. Os dois pré-candidatos da Frente, Tarcisio e Délio, não são bons de Urna quanto Pedro Rocha, candidato da Frente nas duas ultimas eleições, mas se Pedro Rocha conseguir transferir seus votos para um dos candidatos, pode-se ter uma disputa acirrada tal qual as duas anteriores, e com perspectiva de vitória. É necessário no entanto definir o candidato. São mínimas as possibilidade de surgimento de outros nomes nesse campo. Agora é analisar o que será “melhor para o município”, ou seja: seria vantajoso nesse momento diminuir a participação na Câmara, caso Tarcísio saia candidato? A transferência de votos de Pedro Rocha para Délio teria um percentual maior do que se fosse Tarcísio? Quem são os parceiros nessa nova empreitada, o PDT, o PSTU, o PV? Será que o PT estadual vai jogar peso nessa candidatura apoiando qualquer nome do partido, ou ficará isento? São questões que foram levantadas e que deveriam ser analisadas e discutidas o mais rápido possível. Acredito que Uibaí, terá seu nome de “oposição” para disputar essas eleições, como sempre teve, infelizmente não há como fazer uma discussão ideológica por dentro de um partido político, visto que não temos mais nenhum partido “Ideológico”, (pelo menos de expressão nacional) para discutirmos outras alternativas, mas, podemos abrir uma discussão, já levantada aqui no BOCA DO CEU que é a defesa do Voto Nulo, uma alternativa em curto prazo que podemos estar defendendo, como Cidadãos, pelo menos nessa próxima eleição para Prefeito e Vereador. Seria uma demonstração de indignação de pelo menos uma parte do povo de Uibaí, que serviria de referencial para um trabalho mais consistente na perspectiva de construção de uma verdadeira e séria política de administração municipal, com um viés direcionado para uma sociedade mais justa e igualitária.
Rui Oliveira Machado.

PS: Em Uibaí nas ultimas eleições tivemos 408 votos nulos e 68 em branco.

AFINAL, QUEM É O VILÃO?

2008, ano de eleições municipais, ocasião em que vamos ter a oportunidade de mudar o destino político de nossos municípios. Todos sabemos que o princípio que rege a lei eleitoral é o da representatividade, ou seja, é aquele que outorga ao eleitor condições para ter ciência plena da pessoa que o representará. Por isso é necessário que o candidato seja suficientemente conhecido e, para tal, se exige segura comprovação do seu domicílio eleitoral. A finalidade é permitir que o eleitor saiba em quem está votando, em quem reconhece condições de realizar o bem comum. Mas, na prática, será que isto ocorre? Penso que não, em grande parte. Parece-me que duas podem ser as hipóteses: ou o eleitor vota sem se preocupar em conhecer a vida anterior do candidato, os serviços que prestou e a potencialidade que tem de vir a prestar, ou se, mesmo sabendo que ele não merece o seu voto, nele vota, por interesse não do coletivo mas do individual, ou seja: vota para receber benesses, sem qualquer esperança de que aquele candidato venha a fazer algo pelo bem de sua cidade. E aí todos serão prejudicados.

Infelizmente, a segunda hipótese é que muitas das vezes vem prevalecendo e se reflete na frustração de todos, pois, se assim não fosse, como explicar que 159 prefeitos eleitos em 2004 tenham sido processados e condenados à cassação de seus mandatos até agosto de 2007? Diga-se mais, que 19 deles tiveram condenação confirmada no Tribunal Superior Eleitoral. Os motivos foram vários: compra ilegal de votos, troca por favores e indevido uso da máquina do poder, por vezes com abuso desse poder, que lhes foi outorgado pelo povo não para benefício próprio; e quantos outros mais que à toda hora os órgãos de comunicação estão a noticiar, vide cartão corporativo e bolsas de toda ordem. É fora de qualquer dúvida que lei temos, mas também dúvidas não há, que a lei eleitoral, assim como outras, em especial a penal, não é suficientemente forte para desencorajar os maus políticos, os que usam o poder que o povo lhes deu para se corromperem. E é justamente aí que a fraqueza da lei, somada à ausência de responsabilidade do eleitor, permite que políticos reconhecidamente incompetentes, reconhecidamente envolvidos em fatos ilícitos e em atitudes antiéticas em benefício de si próprios continuem a representar o povo. Como é possível aceitar que políticos em véspera de serem cassados, para não o serem, renunciam ao mandato que o povo lhes deu, e logo após se candidatam novamente? E o que é pior: são eleitos.
Como é possível continuar a se votar em políticos que, sem uma razão justificável, de uma hora para outra acumulam fortunas enormes que seguramente não foram obtidas com o salário que recebem?Não é possível que a punição que a lei eleitoral impõe seja apenas de multa e declaração de inelegibilidade por período ínfimo (3 anos) da data da eleição e não da condenação, na maioria dos casos, ocasionando que a eventual punição perca o seu caráter de inibir novos crimes contra o povo.
Parece até que os legisladores, que são políticos por princípio pois é deles o poder, fazem as leis para se protegerem, e por isso interesse não têm os parlamentares de mudar a legislação. Em poucas palavras, não querem mudar a norma porque são eles os destinatários dela.
E a ética, e a moral, e o sonho de uma cidade melhor, de um país melhor, onde é que ficam? Afinal o povo é vítima ou é autor, é o vilão ou é o herói?
A hora e a vez é do povo, único momento em que efetivamente somos todos iguais: valemos todos a mesma coisa, ou seja, um voto.Cabe a cada um de nós fazer um exame de consciência desde já, pois os nossos destinos estão nas mãos dos políticos que elegeremos. Perguntar-se-á: você votaria de novo no mesmo candidato em quem votou na última vez?
Teria ele correspondido efetivamente à sua esperança de vê-lo prestando relevantes serviços à sua comunidade?
É óbvio que a sociedade anseia por uma reforma eleitoral, por uma reforma política, mas para que isso aconteça é necessário ser mudada a mentalidade dos eleitores.
A hora e a vez é nossa, é do povo.
Afinal, quem é o vilão?
Desembargador Walter Felippe D’Agostino

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Boca do Ceu 25








Ano VI - Out/Nov/Dez/2007

DEFENDENDO O VOTO II

Nas últimas eleições Municipais de Uibaí, tivemos 68 votos em brancos e 408 votos nulos. Esse percentual de votos brancos e nulos chega a aproximadamente 6% do eleitorado do município. Com certeza esses eleitores hoje estão tão ou mais indignados quanto estavam no dia em que optaram por esse comportamento diante da urna. Nesse mesmo dia estava como esses eleitores, votando....... não em branco nem nulo, mas sim para prefeito e vereador. Após esses quase três anos de “trabalho” de nossos representantes, no município, no estado e no âmbito federal, estou certo que o voto nulo ou branco é uma primeira resposta que, no momento, podemos dar. Uma resposta a esses nossos “representantes”. Começar a mostrar aos mesmos que não se pode subestimar o povo, que o povo, de tanto apanhar chega ao limite. O Governo Federal, na pessoa do Presidente da República, tem a simpatia da maioria do nosso povo, principalmente da classe mais necessitada, devido aos programas sociais em curso, programas esses de caráter assistencialistas, que não estão obrigados a continuar, com o fim desse mandato. A nível municipal, as eleições estão colocadas. Próximo ano. E é nesse momento, tendo em vista o trabalho desenvolvido pelos nossos “representantes” na Prefeitura e na Câmara Municipal, que estamos propondo O VOTO NULO ou EM BRANCO como forma de protesto, acreditando que a indignação dos eleitores tenha aumentado. O objetivo é aumentar o número de votos nulos, ao ponto desse percentual ser maior que os de votos válidos. (Tarefa difícil e polemica, ou seja, usar de uma arma que sempre condenamos (VOTO NULO), para construir novos caminhos), isso, por falta de cidadãos sérios que queiram assumir um mandato eletivo. Assim, vai uma indagação para todos os eleitores do Município de Uibaí, para refletir e ajudar na definição de seu voto até as eleições: Pelo que fizeram e estão fazendo em prol do Povo e do Município de Uibaí, você repetiria seu voto no PREFEITO ou nos VEREADORES DE NOSSO MUNICÍPIO, sabendo que a maioria dos Vereadores, aí colocados, já está com mais de um mandato eletivo?
Gostaria de lembrar, também, que atualmente o salário de um Vereador de Uibaí é de aproximadamente R$ 2.000,00 multiplicados por quatro anos de mandato, incluindo aí o décimo terceiro salário, teremos 52 meses o que equivale a R$ 104.000,00 (Cento e quatro mil Reais), para desenvolver todo esse trabalho que vocês estão presenciando.
Se a resposta for sim, tudo bem. Mas se a resposta for não, vista essa camisa e defenda o VOTO NULO OU EM BRANCO, tanto faz. A proposta e abrir uma discussão em relação ao modelo de representação política e de representantes que queremos.
Rui Oiveira Machado


A DISILUSÃO COM A POLÍTICA

O déficit de quadros éticos, competentes, com visão republicana e experientes dispostos a ingressar na vida pública no Brasil, seja para ocupar cargos relevantes de livre provimento no Executivo, seja para disputar mandatos no legislativo ou no executivo, é preocupante. Se considerarmos que os problemas da pobreza e da desigualdade não têm solução fora da política, a situação se agrava ainda mais.
Quatro razões dificultam o recrutamento de quadros qualificados para a política. O primeiro e principal é o custo de imagem. O segundo é a desconfiança e o risco de futuros processos. O terceiro é o fato inconteste de que o governo paga mal. O quarto é que a imprensa só destaca os aspectos negativos.
Os custos de imagem e o medo de traumas por acusações infundadas afastam dos partidos e, principalmente, da administração pública quadros da academia, executivos do setor privado, empresários e sindicalistas, enfim, gente preparada e bem-intencionada que poderia contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas.
O rigor de controle interno, que assusta os ordenadores de despesas, combinado com a desconfiança generalizada em relação aos agentes públicos, que leva à invasão da vida privada, inclusive com a quebra de sigilos, é outro fator de desestímulo às pessoas que estão confortáveis em seus empregos ou empresas a deixá-los para ingressar na vida pública.
A remuneração no serviço público, especialmente para os cargos de alto escalão, é muito baixa comparativamente com os salários pagos no setor privado. A diária de um alto funcionário do governo não permite que ele se hospede e se alimente decentemente. Em tais condições, o exercício da função pública é um convite à corrupção.
A imprensa, que faz um trabalho fundamental para a democracia ao denunciar desvio de conduta e corrupção, não resiste à tentação sensacionalista e, em diversas situações, no afã de dar furos, tem execrado a reputação de pessoas decentes que se colocaram a serviço da administração pública. Ninguém recebe elogios

pelos acertos, mais invariavelmente ganha manchetes quando desconfiam que errou. É preciso distinguir entre os desonestos e as pessoas decentes, sob pena de criar um sentimento generalizado de que todos que vão ocupar cargos no serviço público são corruptos e desonestos.
Quando se analisam os nomes dos que se apresentaram para concorrer aos 1627 cargos em disputa em 2006 (1 de presidente, 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1059 deputados estaduais) fica evidente que a esmagadora maioria é de gente que já estava na vida pública, resultando numa mera circulação no poder, sem renovação real. O próximo presidente, assim como os governadores neste pleito, muito provavelmente terão enorme dificuldade em atrair bons quadros, salvo se houver mudança dessa cultura de que tudo que é público/estatal e ruim.

Antônio Augusto Queiros, diretor de Documentação do DIAP*
*Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

Que Fazer?

Ferreira Gullar

Você que mora no alheio,
que anda de lotação, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão
-que ainda espera desse mundo de injustiça e exploração?
Você que paga aluguel,
que pagará toda a vida a casa que não é sua,
que pode a qualquer momento ser posto no olho da rua
-que pode esperar da vida que deveria ser sua?

Que pode esperar da vida quem a compra à prestação?
Quem não tem outra saída:
-ser escravo ou ser ladrão?
Que pode esperar da vida que a recebe vendida por seu pai ao seu patrão?
Pro patrão você trabalha dia e noite sem parar.
Você queima a sua vida pra ele a vida gozar.
Você gasta a sua vida pra dele se prolongar.
Você dá duro, padece, você se esgota, adoece,
e quando, enfim, envelheceo que é ruim vai piorar.

Só então você percebe que tempo você perdeu.
Você vê que sua vida foi dura mas não valeu.
Você passou a seu filho o mundo que recebeu:
O mundo injusto e sem brilho que, de fato, nem foi seu,
que não será do seu filho se nele não se acendeu
o sentimento profundo que traz o homem pra luta
-luta que fará o mundo ser dele, ser meu, ser teu.

Por isso meu companheiro, que trabalha o dia inteiro
pra enriquecer o patrão,
Te aponto um novo caminho para tua salvação,
a salvação de teu filho e o filho do teu irmão:
Te aponto o caminho novo da nossa revolução.
Então verás que tua vida ganha nova dimensão,
que em vez de triste e perdida terá força e direção.
E cada homem da ruaVerás como teu irmão que,
sabendo ou não sabendo, procura a libertação.

Sentirás que o mar que bate na praia não bate em vão;
Que a flor que cresce no Meyer
não cresce no Meyer em vão;
Que o passarinho que canta não canta pra teu patrão;
Que a grama verde que cresce empurra a revolução.
O mundo ganhou sentido,
teu braço ganhou função.
A revolução floresce na minha, na tua mão,
que nada há mais que a detenha
-nem polícia nem bloqueio nem bomba nem"Lacerdão"
-que ela assobia no vento e marcha na multidão,
ilumina o firmamento,
gira na constelação porque já foi deflagrada no meu, no teu coração..

Eleiões em Uibaí

ELEIÇÕES EM UIBAÍ.

O processo eleitoral na cidade de Uibaí segue seu curso normal como a maioria das cidades do interior desse grande Brasil. Não vejo porque alguns estão preocupados com os rumos políticos do município. Vejamos: quem vota por dinheiro, continua votando. Em momento algum pensou em mudar. O grupo que apóia e apoiou o atual prefeito continua apoiando, não houve nenhum racha, por sinal ocorreu adesão (PC do B). Do lado opositor, ou seja, vereadores eleitos pela FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE UIBAÍ, votam cada um, como lhe é conveniente. Na verdade essa Frente só se manteve até o resultado das últimas eleições. O eleitor, em sua grande maioria, isso dos dois lados, tende a repetir o voto do pleito passado (Rato X Pato), infelizmente na hora do vamos ver existe essa divisão que por sinal não ajuda em nada, muito pelo contrário. Quanto às futuras arrumações que envolvem os “representantes” da base de sustentação do Governo, retratada na atual administração e os Vereadores da Frente (PT, PDT), merecem atenção por parte dos eleitores: os pré-candidatos são os mesmos, Pedro Rocha, Tarcísio, Wilmar, Pepê, a única exceção é Délio, hoje cotado também como pré-candidato. Do outro lado, temos: o atual prefeito Raul, e os dois últimos ex-prefeitos, Birinha e Hamilton. Essa briga em torno do candidato que terá o apoio federal e estadual, foi pedra cantada no informativo Boca do Céu de nº 20, logo que o Presidente Lula foi eleito. Hoje a maioria dos municípios Baianos são da base de sustentação do governo, e querem apoio. Como os grandes caciques políticos estão na base do governo, a exemplo do Ministro Geddel Vieira Lima, do Sr. Reinaldo Braga, do Sr. Jonival Lucas, sendo que os dois últimos tem ligações estreitas com representantes do nosso município, acredito que, os governos federal e estadual farão vista grossa, e aí quem tiver mais poder financeiro para investir na campanha, leia-se (compra de votos), será o futuro prefeito, e fará a maior bancada na Câmara. Acredito que não devemos mais nos preocupar com essas brigas por poder em nossa cidade, pois o Brasil e seus milhares de municípios, só vão mudar quando o nosso povo exercer o papel de cidadão. E ser cidadão, dentre outras coisas, é: fiscalizar o dinheiro público, cobrar responsabilidade de seus representantes, não vender o voto, organizar-se em sindicatos, associações, conselhos, zelar pela coisa pública, denunciar qualquer tipo de corrupção que envolva o que é público, cobrar seus direitos e cumprir com seus deveres. Quando isso acontecer, e tenho certeza que um dia acontecerá, podemos sentar para discutir nomes para cuidar da administração de nosso município, e também do Brasil. Enquanto isso, nós que estamos preocupados com uma sociedade mais justa e igualitária, temos que urgentemente mobilizar com um único fim: formar cidadãos. Em Uibaí, já existem projetos exemplares de formação de cidadãos que estão abertos à participação de quem se interessar.

PS. Não se preocupe com os próximos vereadores nem com o futuro prefeito.
VOTE NULO, eles são os mesmos.

Rui Oliveira Machado. 14/12/2007