segunda-feira, 19 de março de 2007

BOCA DO CEU 16


Ano V-Abr/mai/Jun/2005

O SONHO NÃO ACABOU.

Em sua grande maioria os militantes do Partido dos Trabalhadores conviveram com um período de vinte anos de ditadura militar. Tiveram que passar a pré-adolescência, a adolescência e uma parte de sua vida adulta calados politicamente e culturalmente. Manifestações voltadas para essas linhas eram proibidas, a menos que fossem a favor do regime. Nesse período não podia sequer estar reunidos em grupo com mais de três pessoas. Perseguidos, sem poder expressar suas idéias e pensamentos, essa geração conseguiu sobreviver. Participaram da “abertura política”, que trouxe a anistia, o governo civil, as eleições diretas, um governo eleito no voto direto e afastado com grande participação desses militantes que com muita luta, também, conseguiram colocar no poder maior do país, com a ajuda de grande parte da sociedade, um cidadão oriundo das massas populares e com a “cara do Brasil”. Infelizmente para se governar um país com tantos vícios, com uma cultura de corrupção, onde o fisiologismo, o nepotismo, o coronelismo, etc., imperam, seria necessário uma ruptura, acabar com esses vícios e com esses grupos que defendem tais posturas. O PT, ao contrário do defendido em sua trajetória de existência, aliou-se a esses grupos com um projeto de poder defendido pelo núcleo majoritário do Partido com a conivência do Presidente. Esse núcleo forte conseguiu em menos de três anos acabar com um partido e adiar o sonho de uma militância e a esperança de milhões de brasileiros e brasileiras. Mas essa militância que já enfrentou a ditadura por vinte anos, como citado acima, não desiste nunca, e com certeza vai virar mais essa página da história. “A luta pelo socialismo é também a luta contra todas as opressões, injustiças e barbáries cotidianas”. O socialismo não morreu e nunca vai morrer, ao contrário do Capitalismo que sobrevive através de mutações constantes com a finalidade de preservar a hegemonia de uma minoria privilegiada, o Socialismo tem como uma de suas bandeiras a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a exclusão seja banida para sempre. E nós que acreditamos nos ideais socialistas, ainda temos muito que lutar, quinhentos anos de corrupção e desmandos, não se acaba em 25 anos de militância. A luta continua. Rui Oliveira Machado


O QUE FAZER?
* Georges Bourdoukan

O que fazer quando a água cristalina vira um mar de lama?
O que fazer quando a fome vira um número que não alimenta?
O que fazer quando o passado vira referencial para quem prometia o futuro?
O que fazer quando o júbilo, envergonhado, busca abrigo na solidão?
O que fazer quando a virtude se cobre de trevas?
O que fazer quando a mentira cospe na verdade?
O que fazer quando a soberba se torna filha dileta do banquete do cerrado?
O que fazer quando se perde a esperança?
O que fazer quando os olhos não querem enxergar e o coração fica cego?
O que fazer quando a bondade se cobre de mau hálito?
O que fazer quando a ternura se vê brutalizada?
O que fazer quando a desigualdade social e incentivada?
O que fazer quando o sonho vira pesadelo?
O que fazer?...
Amigo, se você sobreviveu a tudo isso, você pode tudo!
Lembre-se: a História conspira a seu favor e o bem estar da humanidade é o objetivo derradeiro do Universo.
*Jornalista e escritor
**Transcrito da revista Caros Amigos




PREPARANDO PARA A PRÓXIMA.

Não é porque o Partido dos Trabalhadores está envolvido nesse mar de lama, que nós que ajudamos a construí-lo, vamos baixar a cabeça e entregar os pontos, pelo contrário, o PT não se resume a esse emaranhado de sujeiras que aí está. O PT nesses vinte e cinco anos construiu muito, existem exemplos a serem seguidos, é só voltar nosso olhar para as diversas cidades de pequeno e médio porte que estão sendo administradas pelo PT, a exemplo de Pintadas no interior da Bahia para continuarmos acreditando em nossos sonhos. Não sei se o Partido, após essas eleições internas, voltará a suas origens, mas tenho certeza que as células que foram plantadas e implementadas em algumas administrações estão dando resultados, e independente da coloração partidária, podem ser reproduzidas e adaptadas em cidades como Uibaí, Central, Irecê, Ibipeba, Presidente Dutra, só para ficar com algumas de nossa região.
Como tornar esse sonho realidade? No caso de Uibaí, acredito que já demos o primeiro passo, ou seja, com as duas últimas eleições no município aprendemos muito, principalmente com nossos erros; agora precisamos, com humildade corrigi-los e darmos um novo direcionamento na luta. Precisamos deixar de lado os projetos pessoais e trabalhar para que a tomada do poder aconteça de forma espontânea, com um projeto administrativo para Uibaí que tenha no mínimo suas linhas gerais discutida com a sociedade local. Os candidatos devem se pautar pelos princípios da honestidade, da moralidade, da ética, etc., princípios, estes, que estão presentes na vida da grande maioria dos eleitores que votaram na Frente de Libertação e Reconstrução de Uibaí nas últimas eleições. Assim teremos mais chance de encontrar candidatos realmente preocupados com a mudança e a melhoria de nosso município, dispostos a se submeter ao programa discutido com a sociedade.
Chegar ao poder a qualquer custo não vale a pena, estamos vivendo nesse momento um exemplo concreto, o Partido dos Trabalhadores, que infelizmente acabou enquanto partido que representava mudança em prol de uma sociedade mais justa.

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