segunda-feira, 12 de março de 2007

BOCA DO CEU 4

Ano II-Jan/Fev/Mar/2002

ELEIÇÕES 2002

Chegamos a mais um ano de eleições. Dessa vez para presidente, governador, senador, deputados estadual e federal. Qual é a importância e influência que esse fato vai acarretar em nossas vidas? Alguns acham que não mudará nada, outros acreditam que pode ser o momento de conseguir algum ganho vendendo o seu voto, outros pensam em não votar, acreditando que o voto não tem o poder de mudança, e que todo político é ladrão. E você que está lendo esse informativo, e que tem a chance de votar pela primeira vez, já tem uma opinião formada? Já tem candidatos?
O voto no Brasil ainda é visto por muitos como uma mera obrigação, imposta pelo poder, mas não devemos esquecer que a pouco tempo atrás lutamos por esse direito que não tínhamos (Diretas Já), lembra-se? E foi com muita luta que conseguimos, apesar de muitos não darem a devida importância. É o voto a mais poderosa arma que um povo pode ter é o poder de escolher quem vai decidir sobre os rumos do país, e isso influencia diretamente a vida de todos: do recém nascido, ao idoso. São eles que vão decidir sobre a educação, a saúde, a segurança, alimentação, ou seja, o bem estar, da sociedade.
Você que vai votar pela primeira vez, deve estar ligado nessas questões. A discussão em torno das mesmas lhe trará grandes ganhos e facilitará na escolha de seu candidato. Os candidatos corruptos estão todos os dias na mídia televisiva, escrita, falada, etc. Os candidatos sérios existem, mas aparecem menos, seu espaço na mídia é menor, mas suas ações em favor de um país mais justo é constante, por isso pense bem antes de escolher seus candidatos. “O candidato eleito é uma arma, que pode virar contra você”.

SÃO JOÃO EM UIBAÍ.

Infelizmente não conheci as antigas festas de São João de Uibaí como meus conterrâneos, mas faço uma idéia de como eram: muito forró, muita comida típica da época, pau-de-sebo, quebra- pote, corrida de saco, etc., como em todas as cidades iterioranas desse nosso Brasil. Infelizmente as coisas em Uibaí mudaram: ao invés de preservar a nossa cultura, os nossos valores, os nossos costumes, o que fizeram os nossos “representantes”? Apossaram-se de uma das mais populares festas de nossa cidade, conhecida e elogiada por vários outros municípios, e fizeram “um grande palanque político”; onde quem deveria fazer a festa (o povo) ficou excluído, e em seu lugar aparecem prepostos da prefeitura, que não sabem, ou fingem que não sabem, o que significa as manifestações culturais de um povo, e transformam a festa em uma verdadeira baixaria, onde misturam-se todo tipo de música, axé, rock, sertaneja, e outras; descaracterizando e tirando o sentido da grande festividade que deveria ter o forró como seu carro chefe.
O que ainda se mantém com muita força no São João de Uibaí, e em todas os seus festejos populares durante todo o ano, são as quadrilhas. Quadrilhas essas agora de ladrões, essas, sim, estão bem preservadas, cada participante quer levar mais que os outros, brigam entre si, e mesmo assim, acabam se entendendo, pois já diz o ditado: “ladrão que rouba ladrão, tem 100 anos de perdão”.


MAS UM DESCASO DO PODER PÚBLICO

A dengue, doença transmitida por um pequeno mosquito, chegou em Uibaí. Já era previsto, pois a maioria dos estados brasileiros passava por esse problema, inclusive a Bahia, que o governo estadual escondeu de todas as maneiras, fazendo propaganda enganosa e alardeando que o problema estava sobre controle. Resultado: estamos entre os estados com maior índice de casos, inclusive com mortes. Em Uibaí, esse problema poderia ter sido contornado, bastava o poder executivo junto com os órgãos municipais de saúde, fazer um trabalho de esclarecimento e prevenção junto à população. Todos nos sabemos que a maioria das residências de Uibaí, tem reservatórios de água, devido ao grande período de seca nessa região, fato que o mais humildes dos homens deduziria que a chance de surgimento da dengue era evidente. Felizmente não tivemos nenhum caso grave, até o momento, e esperamos que o poder público tome as devidas providências para que o problema seja amenizado.

CHEGOU A VEZ DE UM TABALHADOR NA PRESIDÊNCIA

Mais uma vez os trabalhadores tentam colocar na Presidência da República um candidato que tem como compromisso, em linhas gerais, melhorar a vida dos menos privilegiados, e colocar o país em um patamar de desenvolvimento compatível com países do chamado 1º primeiro mundo, sem com isso entregar nossas riquezas. Luís Inácio Lula da Silva é esse trabalhador. Nascido em Garanhuns, no sertão de Pernambuco, foi logo cedo para São Paulo com a mãe e irmãos, em busca de melhores dias, fez um curso de torneiro mecânico no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e tornou-se um metalúrgico. Na década de oitenta entra para o Movimento Sindical, e marca uma página na história do país, em um momento de fechadura total do regime militar. De lá para cá, foi o Deputado Federal mais votado, e candidato a Presidência da República por três vezes, quando “derrotado” pelas forças do capital internacional que defendem a marginalização dos trabalhadores, em prol do bem estar de um pequeno grupo de privilegiados.
Esse ano Lula é candidato pela quarta vez, com muito orgulho, e tem todas as chances de vencer, apesar das tentativas de golpes que já estão sendo ventiladas (principalmente na área financeira). Acredito que desta vez o povo brasileiro tenha acordado para a real situação do nosso país em relação à violência, à miséria, à corrupção, etc., e venham a depositar esse voto de confiança em um trabalhador que em sua trajetória de vida sempre lutou por um mundo mais justo e solidário.
PT. Saudações.

A FESTA DA MINHA CASA.

Zé Laurentino*

Eu vou fazer uma festa
lá em casa qualquer dia
serão todos convidados:
quem gosta de poesia.
bares da noite, violão,
cantigas do coração,
lua, estrela, fantasia.

vou convidar camelôs,
chapeados, sapateiros,
emboladores de coco,
cantadores violeiros,
gente da rua e do mato,
limpadores de sapato,
agricultor e vaqueiro.
Vou convidar prostitutas
que vivem nos cabarés,
convido vinte mendigos
que estão no ponto Cem Rés
e aqueles desgraçados
cegos, loucos, aleijados
vou convidar mais de dez.

Estas raparigas velhas
que não tem mais beleza
e hoje estão renegadas
cada qual mais indefesa
não serão as derradeiras
porém serão as primeiras
a sentar à minha mesa.

Às empregadas domésticas
vou prestar uma homenagem
pelos serviços prestados
com muito amor e coragem
firmes, fortes como poltras,
criando os filhos das outras
sem nada ter de vantagem.

Tem uma mesa de honra
da qual sou anfitrião
vou chamar dez cachaceiros
pra sua composição
desse povo inveterado
que bebe cana fiado
sem ter no bolço um tostão.

Pra festa de minha casa,
só uma coisa eu destaco
a ela não tem acesso
cabra mentiroso e fraco,
gente que compra e não paga,
pra minha festa não traga
mentiroso e puxa saco.

Não leve pra minha festa
cabra ruim enganador,
cabra falso e fuxiqueiro,
pedante e bajulador
esta gente que não presta,
se não for na minha festa
me faz um grande favor.

Pra festa da minha casa
chame quem faz poesia,
tocadores de viola,
amantes das nostalgia
pode também chamar
meu amigo Correinha
só não leve DORIVAL,
DEDÊ e o prefeito BIRINHA.

*último quadra adaptada
Rui Oliveira Machado

Nenhum comentário: